“Nós representamos a esperança do povo”, exalta Gleisi após reeleição
Reeleita presidenta do partido, a deputada federal reafirma a defesa do legado do PT, dos direitos dos brasileiros e a luta contra o desgoverno Bolsonaro
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À frente da legenda desde 2017, a deputada federal Gleisi Hoffmann seguirá na presidência do Partido dos Trabalhadores após eleição realizada no 7º Congresso Nacional. Durante os dias de debate e votação, o PT reforçou a importância de valores históricos do partido como a proporcionalidade, da paridade e das cotas étnicas e de juventude.
Em entrevista à Agência PT, a presidenta Gleisi comentou o balanço de sua primeira gestão e destacou quais são os próximos desafios do partido no atual contexto da sociedade brasileira.
Confira a entrevista na íntegra:
Agência PT: Os últimos dois anos foram muito duros, mas também marcados por muita luta por parte do PT. De maneira geral, como você avalia a atuação do partido nesse período?
Gleisi Hoffman: Eu avalio de forma muito positiva. O PT resistiu e enfrentou as adversidades. Não só a direção do partido, mas principalmente a base partidária. Eu tinha orgulho de ver a militância em todos os lugares por onde eu passava, participando dos eventos, dos atos, nas ruas e nas manifestações, com a bandeira Lula Livre, entendendo a importância do PT na luta do Brasil, na luta do povo brasileiro. As adversidades foram muitas, nós temos muitas coisas a fazer e a melhorar, mas a garra, a vontade da nossa militância e a determinação foram fundamentais para que o PT chegasse firme, vivo e atuante até aqui.
Agência PT: Internamente, quais foram as principais medidas e avanços que marcaram o trabalho da direção que se encerra agora em dezembro?
Gleisi: Um dos principais avanços foi a reorganização dos nossos setoriais e o fortalecimento das nossas secretarias setoriais. Nós fizemos um grande encontro, o maior da história do PT, dos setoriais petistas e reestruturamos esses setoriais e as secretarias.
A secretaria de Mulheres foi fortalecida e lançou o projeto Elas por Elas. A secretaria LGBT foi criada e nós estamos na militância e envolvidos na causa do respeito e o combate à violência. A secretaria de Combate ao Racismo também teve protagonismo em muitas ações do partido e na mobilização partidária. A secretaria de Juventude contou com um encontro especial, que nós fizemos em Curitiba, pertinho do presidente Lula (à época Lula ainda era preso político), com mais de mil jovens, quando organizou sua coordenação política e, hoje, a juventude do PT está se multiplicando em todos os estados. Na secretaria de Cultura, nós resgatamos a relação com os artistas, intelectuais e escritores. Fizemos belos shows pela liberdade do presidente Lula.
Então, isso tudo deu dinâmica ao PT. Os demais setoriais, sindical, educação, saúde, direitos humanos, meio ambiente, todos se mobilizaram. Isso foi muito importante para dar dinâmica para a vida partidária. E as nossas secretarias também: avançamos na política de comunicação, aumentamos o número de municípios organizados agora nesse último PED, tivemos várias ações na área de formação. Agora temos outro desafio, é outro patamar de luta. O PT vai ter que se preparar muito mais. Fortalecendo os setoriais pra fortalecer a militância na base e ter uma organização para darmos nosso recado e fazermos oposição a esse governo. E também de comunicação para a gente potencializar a nossa mensagem.
O Brasil precisa do PT, nós representamos a esperança do povo brasileiro e somos determinantemente contra esse governo de desmonte e destruição que está aí.”
Agência PT: Qual o balanço que você faz do 7º Congresso? Que discutiu também temas importantes como paridade, equidade e cotas.
Gleisi: O processo dos congressos do PT é um processo muito rico, que começa lá na base com a eleição direta das direções municipais, os delegados dos congressos estaduais e os delegados para o Congresso Nacional. Nós estamos desde abril nessa discussão, então, quando nós chegamos no Congresso Nacional, nós chegamos com um acúmulo de discussão sobre os posicionamentos do PT e também de perfil na composição da direção partidária.
Eu queria agradecer todos os companheiros e companheiras, a militância petista, pela confiança que tive durante esses dois anos e pela minha recondução à presidência do partido. É um grande desafio e vou dar toda minha energia para cumprir essa missão e espero estar com todos nessa caminhada, contar com apoio de todos. E a composição da direção vai se formar pelas chapas que foram apresentadas. A riqueza de nosso partido é que nós temos a paridade, 50% são mulheres, aliás, as chapas foram formadas com 50% de mulheres, as direções municipais, estaduais e agora a nacional.
Além disso, teremos jovens e negros e negras para que tenhamos diversidade na direção. Acho que nós saímos com uma linha política clara desse congresso, que foi verbalizada no discurso histórico do presidente Lula. O Brasil precisa do PT, nós representamos a esperança do povo brasileiro e somos determinantemente contra esse governo de desmonte e destruição que está aí. Em nenhum momento vamos mediar qualquer posição tendo os direitos do povo como negociação. Nós somos contra o governo neoliberal, contra o governo que está retirando direitos. O nosso lado é o lado do povo brasileiro.
Agência PT: Sobre a libertação do ex-presidente Lula, foi encerrado um período muito duro de luta, mas que agora inicia outro, de lutar por justiça e de fato inocentá-lo. E também temos o governo de extrema-direita, como você mesma falou, que precisamos continuar a luta. Então, fale um pouco sobre como essa gestão vai conduzir esse cenário.
Gleisi: Primeiro é uma alegria ter Lula entre nós. Ficamos privados da presença física do presidente Lula por 1 ano e 7 meses. Óbvio que isso teve consequência, inclusive um enfraquecimento da oposição, em termos de voz pública. O retorno do Lula à cena política fortalece a oposição, qualifica, coloca em outro patamar. Faz com que a gente fale para a maioria do povo brasileiro. Isso é muito importante porque Lula é a grande liderança política e popular nesse país. Mas é claro que nós queremos a liberdade plena de Lula, nós queremos comprovar a inocência de Lula.
Para isso é importante que o STF julgue o habeas corpus sobre a suspeição do juiz Sérgio Moro que conduziu os processos do ex-presidente Lula de forma torta, de forma viciada, com objetivo de julgá-lo condenado e prendê-lo. Isso ficou claro nas revelações do The Intercept. Então, nós queremos que o Supremo julgue, considere nulos esses processos e Lula possa ter restabelecido seus direitos políticos plenos, porque nós queremos Lula candidato à Presidência da República em 2022.
Ao fim da entrevista, Gleisi Hoffmann deixou uma mensagem para a militância do PT:
Gleisi: Primeiro, eu queria dizer que tenho muito orgulho da militância petista. Senti muito apoio dessa militância durante todo o tempo que estive à frente do PT. E quero dizer que vou continuar sempre ao lado da militância no fortalecimento, nas posições do partido, na luta pelo povo brasileiro. Podem contar comigo. Nós vamos seguir firmes e fortes e tenho certeza de que o PT voltará a governar o Brasil.
Ouça a entrevista completa no podcast do PT:
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Da Redação da Agência PT de Notícias