Nota de apoio à vereadora Carla Ayres
Esse caso, infelizmente, se soma a recorrentes denúncias, sobretudo nas últimas semanas, do aumento de casos de violência política de gênero em todo o país
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O Partido dos Trabalhadores manifesta profunda indignação e repulsa com a notícia e imagens do assédio sofrido pela companheira e vereadora Carla Ayres, no plenário da Câmara Municipal de Florianópolis (SC). No dia 7 de dezembro de 2022, mesmo dia em que foi aprovada a Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal, Carla Ayres, a Vereadora mais jovem de Florianópolis, feminista, lésbica e cientista social, foi vítima de assédio por parte do também vereador Marquinhos da Silva, do PSC. O agressor, como fica nítido pelo registro em vídeo realizado pela própria Câmara Municipal, segura a vereadora pelo braço, depois levanta a agarra e tenta beijá-la, obviamente sem o consentimento da Vereadora, que fica nitidamente constrangida e indignada com a situação e com esforço consegue se desvencilhar do agressor, que ria do acontecido.
Esse caso, infelizmente, se soma a recorrentes denúncias, sobretudo nas últimas semanas, do aumento de casos de violência política de gênero em todo o país. É notório o direcionamento desse tipo de violência e assédio contra mulheres parlamentares, que se veem vítimas de importunações sexuais e violência política de gênero. As autoridades precisam tomar providências urgentes contra esse tipo de comportamento, que ofende a integridade de todas as mulheres.
Por oportuno, cobramos publicamente, da Câmara Municipal de Florianópolis, providências sobre esse caso, que agrava de forma inaceitável as normas do decoro parlamentar. O caso ganha um contorno ainda mais violento por se dar justamente no dia da aprovação da Procuradoria da Mulher na Câmara Municipal, órgão destinado, entre outras funções, a receber e encaminhar denúncias de violência e discriminação contra a mulher.
Fazemos coro às muitas vozes que já se posicionaram publicamente e prestamos nosso apoio a nossa companheira vereadora. A reconstrução do Brasil, depois desse período em que o fascismo e as bandeiras da misoginia e do machismo foram empunhados por representantes públicos, passa pela afirmação do Estado Democrático de Direito, bem como pelo resguardo de nossos corpos, mandatos e atuações políticas. Seguimos na luta, em atenção e cobrança das autoridades, contra todas as formas de violência e opressão.
8 de dezembro de 2022,
Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores.