Mercadante: com Bolsonaro, lucro do BNDES veio da dilapidação do patrimônio do banco

Presidente do BNDES rebateu falácia de Bolsonaro sobre ganhos do banco: “Diferente da gestão anterior, o atual lucro do BNDES se deve à intermediação financeira, principal atividade de um banco de fomento, o que alavanca os investimentos e gera emprego e renda”

Fabio Lima

Mercadante: "No passado, o lucro líquido do BNDES, celebrado por alguns que não têm nada mais a apresentar, estava relacionado à venda de patrimônio do Banco"

A cartilha neoliberal de Paulo Guedes, o ex-ministro banqueiro da Economia do governo Bolsonaro, deixou 33 milhões de famintos no país entre 2019 e 2022. A marca principal da gestão desastrosa de Bolsonaro e Guedes ocorreu graças ao massacre de políticas sociais, à precarização do trabalho e à entrega do patrimônio do povo brasileiro ao capital privado, entre outras ações de destruição do Estado brasileiro. A dilapidação desse patrimônio foi apontada pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, nesta quarta-feira (21). Mercadante rebateu mais uma declaração infame de Bolsonaro, desta vez sobre os lucros do BNDES no tempo em que ocupou o Planalto.

O presidente do BNDES lembrou que o lucro alardeado por Bolsonaro, de R$ 12,5 bilhões, foi obtido graças à venda de patrimônio da instituição. Caso muito diferente do aumento do lucro recorrente da instituição neste primeiro semestre, cujo montante chegou a R$ 7,2 bilhões, um aumento de 94% ante o mesmo período de 2023. O atual resultado é fruto de uma gestão voltada ao interesse nacional, alinhada ao projeto de reconstrução do Estado encampado pelo presidente Lula.

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“É preciso deixar claro que, diferente da gestão anterior, o atual lucro do BNDES se deve basicamente à intermediação financeira, principal atividade de um banco de fomento, o que alavanca os investimentos e gera emprego e renda em nosso país”, pontuou Mercadante.

“No passado, o lucro líquido do BNDES, celebrado por alguns que não têm nada mais a apresentar, estava relacionado à venda de patrimônio do Banco”, argumentou. “A opção da atual gestão de manter a carteira de investimentos do BNDES resultou no recebimento de R$ 12,9 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio, em razão da valoração de 32% da carteira desde o fim da gestão anterior”.

Detalhando a mudança da água para o vinho da gestão anterior para a sua, o petista chamou a atenção para os impressionantes números do BNDES, um dos mais importantes instrumentos de desenvolvimento soberano do Brasil e de integração latino-americana: as aprovações de crédito para a agropecuária dispararam 204% no primeiro semestre, além de um aumento de 157% em relação à indústria, 90% para comércios e serviços e 66% para infraestrutura, todos em comparação ao primeiro semestre de 2022, o último ano do abominável governo de Bolsonaro.

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Por fim, Mercadante destacou o problema de liquidez e as dificuldades de captação do banco, marcas do retrocesso que foi o governo Bolsonaro: “A carteira do Banco no início da gestão anterior era de R$ 514 bilhões. Ao final, era de R$ 479 bilhões, uma queda nominal de 7%”, lamentou Mercadante. “Estamos reconstruindo o caixa do banco que, neste semestre, alcançou a marca de R$ 45 bilhões”.

De fato, segundo a Agência BNDES de Notícias, “o resultado operacional apontou que as aprovações de crédito, no 1º semestre de 2024, superaram as marcas dos últimos 6 anos, somando R$ 66,5 bilhões (aumento de 83% em relação ao mesmo período de 2023). Os desembolsos do BNDES, que totalizaram R$ 49,3 bilhões no 1º semestre de 2024, mantém uma trajetória de crescimento, com um aumento de 21% frente ao mesmo período de 2023″.

Da Redação, com Folha de S. Paulo

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