PGR “tucanou” ao arquivar investigação contra Aécio, diz deputado

Rogério Correia (PT), deputado estadual, entregou pessoalmente no gabinete do Procurador Geral da República as provas do envolvimento de Aécio no caixa 2 de Furnas

O deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) afirma que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, “tucanou” ao arquivar processo contra o presidente do PSDB, Aécio Neves, na Operação Lava Jato. O senador foi citado no depoimento do doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal. Segundo o deputado, Janot contrariou os procuradores responsáveis pelo caso, que teriam recomendado a abertura de inquérito contra o tucano junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Acho muito estranho o Janot ter arquivado, porque não são apenas investigações. Já existe denúncia do próprio Ministério Público Federal entregue na Justiça com o nome de Aécio. Se o Janot não tem essas provas, ele pode pedir que os procuradores mandam entregar para ele”, ressalta Correia.

Diante do possível caso de impunidade, o parlamentar sugere uma investigação sobre o caso de Furnas pelo Congresso Nacional. “Já que o Janot não quer investigar, os deputados federais podiam fazer um CPI sobre a lista de Furnas e o envolvimento do Senador Aécio Neves e outros”, provoca.

“Mas também é difícil esperar alguma coisa. A gente fica achando que o Aécio sabe de alguma coisa do MPF. Fica difícil acreditar na Justiça. Além desse caso, teve aquele outro do helicóptero de um senador amigo de Aécio com mais de 400 kg de cocaína e não deu em nada. Isso é tudo muito estranho”, acusa Correia, ao dizer que é um absurdo não investigarem casos com provas explícitas.

O caso – O doleiro Alberto Youssef, em delação premiada, afirmou “ter conhecimento” de que Aécio, na época em que era deputado federal, estaria recebendo recursos desviados de Furnas “através de sua irmã”. O doleiro disse, segundo reportagem do jornal “Estado de S. Paulo”, publicada na quarta-feira (4), que recolheu dinheiro de propina na empresa Bauruense, prestadora de serviço para Furnas, cerca de dez vezes.

Em uma delas, o repasse não foi feito integralmente e faltavam R$ 4 milhões. Youssef afirmou aos investigadores ter sido informado de que “alguém do PSDB” já havia coletado a quantia pendente.

Indagado pelos procuradores, Youssef declarou não ter conhecimento de qual parlamentar havia retirado a comissão, mas afirmou que o então deputado federal Aécio Neves teria influência sobre a diretoria de Furnas e que o mineiro estaria recebendo o recurso “através de sua irmã”. O delator disse que não sabia como funcionavam exatamente as comissões.

Assim, com a justificativa de não ter informações suficientes, o PGR pediu o arquivamento das investigações em relação ao tucano. “Se realmente o Janot mandou arquivar o caso por falta de provas sobre o envolvimento de Aécio no caixa 2 de Furnas, eu tenho provas suficientes. Em Minas, todo mundo sabe que Aécio fazia caixa 2 em Furnas. Eu posso encaminhar tudo para o Janot, assim como para o ministro Teori Zavascki, que está cuidando da Lava Jato no STF, para que o Aécio não saia impune mais uma vez”, afirmou Correia ao jornal.

Por Priscylla Damasceno, da Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast