Aécio repassou propina para ser presidente da Câmara, diz delator

Sérgio Machado afirma que tucano fez parte de esquema que captava recursos ilícitos para pagar deputados em troca de apoio na Câmara, em 2001

Lula Marques/Agência PT

Senador Neves (PSDB-MG)

Senador golpista e derrotado das últimas eleições presidenciais, Aécio Neves (PSDB-MG) repassou propina para cerca de 50 deputados em troca de apoio na sua eleição à presidência da Câmara dos Deputados, no ano de 2001.

A informação, divulgada nesta quarta-feira (15) pelo jornal ‘Folha de S. Paulo‘, é do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em sua delação premiada na Operação Lava Jato. Aécio já é investigado em outros dois inquéritos.

Machado contou que teria ficado acertado entre ele, Aécio e Teotônio Vilela Filho, à época presidente nacional do PSDB, que captariam recursos ilícitos para ajudar cerca de 50 deputados a se elegerem, o que viabilizaria o apoio deles à eleição de Aécio ao comando da Câmara.

Foram arrecadados cerca de R$ 7 milhões à época, entre recursos que vieram de empresas e também do exterior, de acordo com Sérgio Machado, que era do PSDB, antes de mudar para o PMDB.

Esse recurso foi solicitado à campanha nacional do ex-presidente e também tucano Fernando Henrique Cardoso, que se reelegeu presidente em 1998.

Machado afirma que parte dos recursos vieram da campanha de FHC, por intermédio de “Luiz Carlos Mendonça”, em possível referência a Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações de FHC.

“Esses recursos ilícitos foram entregues em várias parcelas em espécie, por pessoas indicadas por Mendonça; que os recursos foram entregues aos próprios candidatos ou a seus interlocutores; que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões de reais arrecadados à época foi destinada ao então deputado Aécio Neves, que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro”, detalhou Machado.

O ex-presidente da Transpetro também corroborou outros depoimentos sobre Aécio em relação ao recebimento de propina de Furnas e disse que “parte do dinheiro para a eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Furnas“, comandada à época por Dimas Toledo.

“Todos do PSDB sabiam que Furnas prestava grande apoio ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas Toledo, que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para a eleição da bancada da Câmara à época”, disse Machado, em sua delação.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do jornal “Folha de S. Paulo”

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