Aécio será processado por falsas acusações aos Correios

Estatal acusa tucano de mentir sobre relação da empresa com a campanha do PT

Wagner Pinheiro, dos Correios: ação contra mentiras do PSDB

Os Correios vão entrar, nesta terça-feira (7), com uma ação cautelar contra o candidato do PSDB à presidência, Aécio Neves, por ter feito declarações difamatórias contra a atuação da empresa. De acordo com o presidente da estatal, Wagner Pinheiro, as acusações do tucano são “descabidas”, haja vista não haver “qualquer irregularidade” na entrega das correspondências eleitorais. Segundo ele, o material de campanha de todos os candidatos foi entregue dentro de um cronograma divulgado com antecedência.

A direção dos Correios vai disponibilizar à Justiça provas documentais da regularidade das entregas e dos procedimentos adotados pela empresa para solucionar possíveis reclamações.

Segundo a estatal, as acusações de Aécio de beneficiamento à campanha de Dilma Rousseff (PT) na entrega de correspondências ofenderam a imagem da estatal e têm motivação eleitoreira. O próximo passo será uma ação de pedido de indenização por perdas e danos.

Nas últimas semanas, o candidato do PSDB acusou por diversas vezes os Correios de prejudicarem a distribuição de material de campanha da coligação tucana em Minas Gerais. Segundo ele, a estatal teria deixado de distribuir correspondências em algumas localidades do estado. A informação foi desmentida pela instituição.

“Apesar de todos os esforços da empresa de esclarecer que não existiu nenhuma irregularidade, este (Aécio) tem insistido em atribuir aos Correios a prática de crime eleitoral, o que não é verdade”, informou a direção dos Correios, por meio de nota.

O PSDB contratou o serviço de mala direta dos Correios para distribuir correspondências da campanha de Aécio e dos candidatos da coligação mineira. A primeira remessa foi entregue nos meses de agosto e setembro e, segundo a empresa, não foi registrada nenhuma reclamação do partido.

Dias depois, houve uma nova contratação para entregar cerca de 2,1 milhões de materiais gráficos do candidato derrotado Pimenta da Veiga e um milhão da campanha de Aécio. A distribuição transcorreu sem registro de problemas e de acordo com o prazo previamente estabelecido, informou os Correios.

Campanha difamatória – No fim do mês passado, o partido iniciou a série de falsas denúncias contra os Correios ao acusar funcionários da instituição de entregarem ilegalmente material da campanha do PT. A história também foi desmentida. Na ocasião, o partido comprovou que a distribuição se deu forma legal, com a contratação e pagamento pelo serviço.

Na tarde desta segunda-feira (6), um vídeo amador utilizado pela campanha tucana como suposta prova das entregas ilegais dos Correios teve a veiculação na internet suspensa. O ministro Herman Benjamim, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou que a empresa Google retirasse o material do ar imediatamente.

A imagem, aparentemente gravada por um celular, mostra um carteiro distribuindo panfletos da candidata do PT na porta de algumas residências. Para o ministro, o material estava sendo usado de forma eleitoreira ao distorcer fatos reais e difundir na internet a informação falsa de que os carteiros estariam distribuindo o material de campanha do PT sob coação e por ordem da presidenta.

“Essa determinação demonstra que o Tribunal reconhece que este vídeo, que aparentemente mostra algo corriqueiro do trabalho de um carteiro, está sendo usado de forma leviana”, avaliou o coordenador jurídico da campanha presidencial do PT, Flávio Caetano. O advogado classificou como “mais um factoide” as declarações de Aécio contra a conduta dos Correios.

“Pelo que se lê na imprensa, outros candidatos também fizeram uso da entrega pelos Correios. Assim, entendo que a manifestação, tal como veiculada, pode induzir o eleitor a erro”, declarou o ministro relator do caso. Para ele, está clara a intenção de induzir o eleitor a acreditar que dirigentes dos Correios – ou até mesmo a candidata Dilma – estariam praticando ato ilícito.

Por Flávia Umpierre, da Agência PT de Notícias

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