Anatomia de uma fake news: como identificar uma mentira
Fora de contexto, manipulada, impostora: quais os tipos de desinformação que circulam por aí?
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Na avalanche de ódio que vem tomando conta das redes sociais, misturam-se mentiras, manipulações, sensacionalismo, distorções, acusações sem provas e ofensas. Nem todo discurso de ódio se enquadra como fake news. Por vezes, ali há ofensas – também condenáveis – mas que não podem ser verificadas, ou seja, não se pode comparar com informações ou dados reais para analisar se aquilo é ou não mentira.
Então, que tipos de desinformação, ou, como se fala usualmente, fake news, circulam por aí? A Verdade na Rede reuniu aqui alguns exemplos para traçar uma anatomia das fake news. Essas categoria se baseiam no estudo de Claire Wardle, uma das principais pesquisadoras sobre o assunto no mundo.
1. Falsa Conexão
É quando a manchete não condiz com o conteúdo: o título diz A e o texto diz B. O problema é que, muitas vezes, as pessoas não vão além do título, até porque isso pode acarretar em custos adicionais quando se trata de planos telefônicos que oferecem acesso gratuito ao WhatsApp, por exemplo. No exemplo abaixo, vemos uma manchete que apela para números gigantescos que impressionam o leitor e fazem com que ele compartilhe sem nem ler o conteúdo. Se acessasse o texto, veria que o título não se sustenta.
2. Falso contexto
Às vezes nem tudo é mentiroso na mensagem, mas ela desinforma ao tirar de contexto uma foto ou mesmo a notícia (que é antiga e circula em contexto diferente). Por isso, é sempre importante checar a data da notícia. Além disso, o Google Images pode ajudar a verificar se a foto está fora de contexto (veja como). Lembra da história que os bolsonaristas inventaram dizendo que o exército estava trabalhando na transposição do Rio São Francisco graças a Bolsonaro? A foto que circulava estava em um contexto falso, era na verdade do governo Dilma.
3. Conteúdo manipulado
Fotos e vídeos podem ser facilmente manipuladas digitalmente. Por isso é sempre bom ter um pé atrás com as imagens que circulam por aí. Lembra da montagem que inseriu o rosto de Adélio Bispo em manifestação com Lula? E lá em 2014, quando editaram um vídeo para parecer que um atleta da seleção alemã se recusara a cumprimentar Dilma na Copa? Para checar se uma imagem é a original é possível usar o Google Images.
4. Conteúdo enganoso
Chamamos de conteúdo enganoso aquele que usa informações mentirosas, normalmente distorcidas, para difamar alguém. Bolsonaro fez isso recentemente quando disse que a esquerda busca descriminalizar a pedofilia. Essa mentira já foi dita nas eleições e se refere a um PL que nem foi proposto pela esquerda nem fala sobre pedofilia – mas sobre agravantes para o crime de estupro. É mero conteúdo enganoso para difamar a esquerda. Não caia nessa: outros sites confiáveis estão falando sobre isso?
5. Conteúdo impostor
Essa é uma fake news mais elaborada, que se vale da credibilidade que veículos jornalísticos têm perante muitas pessoas para se passar por verdadeira. Alguns sites imitam quase perfeitamente sites informativos e publicam lá uma informação falsa (como na imagem abaixo). Por isso, é importante checar se o endereço do site no seu navegador corresponde ao verdadeiro. Às vezes, isso também acontece em redes sociais como o Twitter. Retirado do ar, um perfil usava a @FoIhadeSaoPaulo, mas subsituindo o “L” minúsculo (l) pelo “I” maiúsculo, que se parecem muito, enganando o leitor. Recentemente, um perfil falso da jornalista Monica Bergamo espalhou notícias falsas sobre Gleisi Hoffmann. Fique atento ao ícone que indica que um perfil é verificado, ou seja, o oficial.
6. Conteúdo fabricado
É aquela mentira cabeluda, sem pé nem cabeça, que brota sem que ninguém saiba de onde. Não tem nenhum fundamento na realidade, é simplesmente inventada. É o caso da história falsa de que Marisa Letícia era vendedora da Avon, tendo ficada milionária com isso. Nós explicamos essa história por aqui. Para não cair, vale a pena ver o que sites confiáveis estão falando sobre o assunto.
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