Após recorde de inflação, Petrobras aumenta preços dos combustíveis
Novo ajuste é mais uma consequência da política de dolarização de preços dos combustíveis que impulsiona a inflação generalizada na economia
Publicado em
Mal começou o ano, a corda esticou para a vida financeira dos brasileiros, que sofrem com a descontrolada carestia do desgoverno de Jair Bolsonaro. A partir desta quarta-feira, 12, o preço dos combustíveis está mais caro. A Petrobras anunciou o novo ajuste, de aumento médio de 8% do preço do diesel nas refinarias e de 4,85% da gasolina nas distribuidoras, após a divulgação de inflação recorde no país.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro de 2021 subiu 0,73%, fazendo o indicador encerrar o ano com variação de 10,06%, mais que o dobro dos 4,52% registrados em 2020. Com a inflação generalizada em diversos grupos de produtos e serviços, o transporte teve a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 p.p), por conta da gasolina e do diesel.
A dolarização nos preços dos combustíveis resultou, em 2021, no aumento de 46% no valor da gasolina e de 59% no Etanol segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Este cenário, visto pela Petrobras como benéfico para e economia brasileira, só beneficia e gera mais lucros para os acionistas privados.
Conforme um comunicado da estatal, “os ajustes são importantes para garantir que o mercado siga suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores”.
Governadores não têm culpa
Para o coordenador do Fórum Nacional de Governadores e presidente do Consórcio do Nordeste, Wellington Dias (PT/PI), os governadores não têm culpa e a Petrobras é a única responsável pelo aumento dos combustíveis.
“Cada vez mais claro, quem faz subir o preço dos combustíveis no Brasil são os aumentos da Petrobras. Sempre sustentamos que o valor do combustível tem a ver com a dolarização do petróleo e a vinculação feita no Brasil. Congelamos por 90 dias o ICMS e mesmo assim os aumentos continuam”.
Sempre na contramão da verdade e do que é bom para o povo brasileiro, Bolsonaro reforça constantemente em seus descabidos discursos a responsabilidade dos governadores pelo preço dos combustíveis devido a incidência do ICMS.
“A ausência de uma proposta sustentável por parte da Petrobras e Ministério da Economia leva a esta instabilidade nos preços”, ressaltou Dias.
Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo