Arquivada investigação contra deputado Elvino Bohn Gass, citado em fraude no Pronaf

Segundo ministro do STF, não há provas consistentes que endosse a investigação

O deputado Elvino Bohn Gass (PT/RS) não será mais investigado no inquérito que apura suposta fraude do Pronaf no município de Santa Cruz do Sul. A decisão, proferida pelo ministro Teori Zavascki do Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (4), foi baseada no pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. De acordo com ele, ao analisar os documentos enviados pela Polícia Federal, os vazamentos ocorridos durante o período de investigação que corria em segredo de Justiça impossibilitou a busca de provas contra o deputado, com a interceptação telefônica e busca e apreensão.

Segundo Zavaski, “não existem elementos seguros nos autos que pudessem apontar a ligação do congressista com o esquema de desvio de recursos do Pronaf investigado”. Investigações apontam esquema de desvio de R$ 79 milhões que teria prejudicado 6,3 mil pequenos produtores rurais e desviado R$ 79 milhões. O desfalque, feito por transferência bancárias intermediadas pela Associação Santa-Cruzense dos Agricultores Camponeses (Aspac), levantam suspeitas de que empréstimos foram realizados, porém não repassados aos agricultores, mas utilizados para financiar campanhas.

Após a decisão, na manhã da última quinta-feira (6), Bohn Gass disse que se existissem convicção e elementos concretos para incriminá-lo, tanto o ministro quanto o procurador não teriam manifestado-se dessa forma. “Ao contrário, muito provavelmente insistiriam na apuração. A simples suposição de que eu pudesse ter prejudicado agricultores foi a maior injustiça de que já fui vítima na vida. Passei 40 anos fazendo justamente o contrário; Ou seja, defendendo os colonos. Não era suportável que esta situação se mantivesse”, desabafou.

O parlamentar colocou-se à disposição da Justiça, inclusive liberou todos seus sigilos bancário, telefônico e fiscal. Ele reafirmou que vai buscar todas as reparações possíveis a sua imagem. “Tenham sido provocadas por autoridades, por profissionais de imprensa ou até em redes sociais”. E conclui: “Trata-se de repor uma verdade que eu repeti desde o primeiro momento: nunca recebi recursos ilegais para financiar campanhas eleitorais ou para qualquer outro fim. Por conta de uma mera suspeita, fui execrado publicamente. Creio que é indiscutível o meu direito buscar o reparo a estes danos”.

Bohn Ggass espera que se houver prova de desvios de recursos no Pronaf, os responsáveis sejam severamente punidos. “Ajudei a conceber e a qualificar este programa que, pela sua magnitude e importância, não pode se prestar a irregularidades”, opinou.

Redação da Agência PT de Notícias

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