Asfixiar o Instituto Lula é parte do golpe, dizem diretoras

Clara Ant e Márcia Lopes, do Instituto Lula, falam da importância do instituto para a formulação de políticas públicas e de perseguição pela Lava Jato

Foto: Joka Madruga/Agência PT

Clara Ant e Márcia Lopes participam do programa "Democracia em Rede"

As conselheiras do Instituto Lula Clara Ant e Márcia Lopes, quadros intelectuais do PT desde sua fundação, estiveram nesta quinta-feira (10) na Vigília Lula Livre e participaram do programa “Democracia em Rede”, transmitido direto da Casa da Democracia, em Curitiba.

A arquiteta Clara Ant explicou a origem do Instituto Lula, que é uma remodelação do Instituto da Cidadania, que existia anteriormente ao próprio governo Lula, que teve início em 2003. “De lá, surgiram uma série de políticas públicas que nasceram do chamado ‘Modo PT de Governar’, aplicado desde as primeiras prefeituras que tiveram à frente o Partido dos Trabalhadores”, contou Ant, uma das fundadoras do PT e da CUT (Central Única dos Trabalhadores).

“Depois que Lula deixou o governo, lideranças internacionais que tinham trabalhado com ele, nos procuraram pedindo que o trabalho e o intercâmbio desenvolvidos durante seu governo, especialmente no combate à fome e redução da pobreza, fossem de alguma forma mantidos”, explicou a conselheira do instituto.

A partir daí, surgiu o Instituto Lula, focado em programas de desenvolvimento conjunto com a América Latina e com a África. Assim, tamanha foi a contribuição do governo Lula para o desenvolvimento do Brasil e dessas regiões, que partiu desses países a iniciativa de torná-los permanentes mesmo com a saída de Lula do governo.

“Mas, agora, o que fazem? Bloqueiam as contas do Instituto, proibiram Lula de ir a eventos internacionais de combate à fome, asfixiam o Instituto financeiramente, criminalizam sua atividade. Para os procuradores da Lava Jato, o Lula não pode ter um instituto, não pode ter nada”, completou Ant.

A ex-ministra da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, porém, afirma que não conseguirão acabar com a obra que Lula começou.  “Vamos seguir dialogando com África e América Latina. Como disse o ex-presidente Lula, o Brasil não pode se sentir sozinho nem soberano em suas relações com os países em desenvolvimento. O trabalho no Instituto Lula vai continuar. É um observatório de políticas públicas à disposição do Brasil”, concluiu a ex-ministra.

Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias, em Curitiba

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