Assassinato de Marielle é o fracasso de “guerras às drogas”

Líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim, falam sobre o crime ocorrido na quarta (14)

O líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ) afirmou, nesta quinta-feira (15), que o assassinato da vereadora Marielle Franco representa o fracasso completo da política de guerra às drogas no País que mata diariamente centenas de cidadãos brasileiros moradores das periferias.

“A luta dela foi para representar esse povo, os direitos civis e políticos dos moradores das favelas, que morrem, hoje, são vítimas de uma guerra. Morrem assassinados pela milícia, pelo tráfico, e, infelizmente, por uma polícia mal preparada, e por essa lógica dessa política de guerra, que não adianta nada. A militância dela era denunciar isso. Estamos fazendo uma guerra contra o povo pobre. Essa política de guerra às drogas é completamente fracassada”, destaca.

A vereadora e o motorista Anderson Gomes foram assassinados na região central do Rio, por volta das 21h30. Pouco antes, ela estava participando de um realizando um encontro de mulheres negras, discutindo a vida nas favelas.

“Ela morreu porque defendia os seus. Falava da vida das favelas. Denunciava o que estava acontecendo. Ela representava, em especial, essa juventude”, aponta o senador que foi relator da CPI do Assassinato de Jovens Negros.

“Temos no Brasil, hoje, infelizmente, 30 mil assassinatos de jovens por ano e 77% são jovens, negros, moradores das favelas e moradores das periferias”, lembrou.

Marielle que ficou conhecida pela sua militância na área dos direitos humanos, da questão de gênero e de raça e combatia as desigualdades, as discriminações, a violência, deve representar, na avaliação de Lindbergh, um exemplo para os jovens continuarem lutando por seus direitos.

“Isso não pode significar a inibição de novas pessoas com a mesma luta. A vida de um jovem negro morador de uma favela, hoje, vale pouco. E ela foi representar esse povo. Mesmo ela virando vereadora, a situação de vulnerabilidade dela permaneceu, como mulher, como negra, como moradora da favela que decidiu representar seu povo”, salientou.

Voto de pesar

O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), apresentou, nesta quinta-feira, um voto de pesar pelo assassinato da vereadora.

De acordo com o senador, “o Brasil amanheceu, mais uma vez, com o gosto do sal da morte nos dentes e o estalo de osso sendo quebrado”.

“O Brasil clama por justiça imediata e rigorosa. Que esse crime não entre nas estatísticas da impunidade! Enquanto o mundo clama pelo empoderamento feminino, no Brasil se exterminam mulheres”, diz trecho do voto de pesar aprovado pela CDH.

Por PT no Senado

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