Ato extremo: militantes pedem volta da democracia a ministro

Um dos militantes em greve de fome pela liberdade de Lula, Jaime Amorim disse que pediu pressa a Lewandowski na votação das ADC’s 43 e 44

MST

Grevistas são recebidos pelo ministro Lewandowski no STF

“Ele disse que nós teríamos que acreditar que no fim o STF fará Justiça”. A revelação de Jaime Amorim, um dos militantes em greve de fome pela liberdade do ex-presidente Lula, representa uma ponta de esperança de que o ato extremo a que se submeteu não será em vão.

No 10º dia de luta, os grevistas foram recebidos pelo ministro Ricardo Lewandowski nesta quinta-feira (9) e pediram pressa na votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC’s) 43 e 44, que tratam da prisão após condenação em segunda instância.

Amorim disse que inicialmente foi feita uma explicação por parte do grupo sobre os motivos da greve de fome, que além de pedir liberdade a Lula, protestam contra a volta da miséria no país. “Tivemos a oportunidade de dizer para ele que é de responsabilidade do STF o futuro do país. Aproveitamos para denunciar a situação de fome, de desemprego e volta de doenças. Está nas mãos deles evitar que o país volte novamente ao patamar da fome. O retorno de 12 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da miséria”, disse.

O militante do MST de Pernambuco revelou ainda que a conversa tratou do artigo 5º, LVII, da Constituição Federal, que determina que ‘ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória’.A presunção da inocência não pode ser rasgada assim de uma hora para outra. Não somos só nós que estamos dizendo isso. Muitos juristas já fizeram o alerta“, destacou Amorim.

Rafaela Alves apontou que durante a reunião com o ministro também foi lembrado o desrespeito aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, especialmente no que concerne a erradicação da pobreza. “Nós falamos para ele da importância de defender nossa soberania nacional. Lembramos também do nosso artigo 3º da Constituição, que está sendo totalmente rasgado”, criticou.

Durante a coletiva de imprensa, após a reunião com Lewandowski, a militante Zonália Santos teve um mal-estar e precisou ser levada para o hospital. Com o passar dos dias, os grevistas ficam cada vez mais debilitados, porém determinados, segundo Amorim.

“Vamos até as últimas consequências para que o sonho e a esperança do povo brasileiro não sejam sepultadas conosco”, frisou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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