Ato na Justiça e panfletaço marcam 30 dias de prisão política

Manifestantes em Curitiba mostram que não se esmorece a sede por justiça e democracia naqueles que não aceitam a violência cometida contra Lula

Joka Madruga

O prédio onde trabalha Sérgio Moro recebeu protesto pró-justiça nesta segunda-feira

Os 30 dias completados neste 7 de maio da prisão política de Luiz Inácio Lula da Silva na Polícia Federal em Curitiba estão sendo marcados por atos e protestos em Curitiba.

Logo cedo, nem a chuva nem o frio curitibano impediram que centenas de simpatizantes de Lula ocupassem a praça Osório, na tradicional Boca Maldita da capital paranaense, e distribuíssem panfletos à população para marcar este mês de resistência. Assim, os cidadãos que por ali passaram puderam conhecer e guardar o discurso histórico de Lula proferido no último dia 7 de abril em São Bernardo do Campo, que foi transcrito nos panfletos distribuídos.

Foi grande a aceitação do material por parte da população, mostrando que também em Curitiba, como em todo Brasil, as pessoas têm o desejo de entender como é possível que o maior líder popular do país tenha se tornado um preso político na sede da Polícia Federal em Curitiba.

É como resume o senhor Wilson Faville, de 63 anos, natural de Adrianópolis e há 45 anos residente em Curitiba. “Como é que prendem um homem desses? Sei que vou votar nele, e se ele não fosse candidato, votaria do mesmo jeito em quem ele indicasse.”

Já no início da tarde, defensores de Lula e da democracia realizaram ato pacífico e simbólico na frente do prédio da Justiça Federal no Paraná, onde bate ponto o juiz Sérgio Moro, com faixas e cartazes. Faixas e cartazes que foram erguidos pelos manifestantes no pouco tempo em que a Polícia Militar permitiu que o ato acontecesse traziam dizeres como “É Preciso Resistir!” e “Lula Inocente, Lula Presidente”.

A costureira Aparecida Moema da Silva, que veio de Campo Grande a Curitiba para lutar por democracia, disse: “O Lula não vai ficar sozinho aqui nem um minuto. O povo não deixa ele sozinho. A gente sabe o que ele fez por quem mais precisa. Aqui ninguém é ingrato.”

Por volta das 15h, está prevista a vinda do teólogo Leonardo Boff ao prédio da Polícia Federal. Será a segunda tentativa do religioso de visitar Lula. A primeira, no dia 19 de abril, ele foi impedido de entrar, e sua imagem sentado em frente ao prédio policial, esperando por Justiça, correu o mundo e envergonhou aos olhos do planeta aqueles que perpetram o arbítrio a que é submetido o ex-presidente.

Por Vinícius Segalla, da Agência PT de Notícias, em Curitiba

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