Austeridade compromete programas sociais, apontam senadores
Paulo Rocha: “A lógica do Estado mínimo retira investimentos públicos de setores estratégicos para a inclusão social e desenvolvimento”
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Em plena crise e estagnação econômica, o programa Bolsa Família sofreu um corte de R$ 1,4 bilhões este ano. Os recursos disponíveis caíram de 29,3 bilhões para 27,9 bilhões, enquanto crescem a pobreza e o desemprego no País. Esse fato, somado à destruição dos serviços públicos em decorrência do arrocho fiscal decretado por Temer, tem contribuído para deteriorar as condições sociais.
“O Brasil voltou ao mapa da fome, infelizmente. E só em 2017 3,5 milhões de pessoas retornaram à pobreza—em dois anos, foram 8,6 milhões de brasileiros de volta a essa condição” , denuncia o senador Lindbergh Farias (RJ), líder do PT.
Em pronunciamentos ao plenário, nesta quinta-feira (1º), Lindbergh e o colega de bancada Paulo Rocha (PT-PA) alertaram para as consequências da degradação das políticas sociais. “É lógica do Estado mínimo, que, na prática, retira investimentos públicos de setores estratégicos para a inclusão social e desenvolvimento”, lembra Paulo.
Investimento e crescimento
Para se ter uma ideia do papel desempenhado pelos gastos d do governo na movimentação da economia, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) comprova que cada 1% a mais do Produto Interno Bruto (PIB) investido em saúde resulta em 1,8% de crescimento econômico. “Só que o inverso também é verdadeiro. Quando você corta o investimento, corta o crescimento. Investimento público em obras é emprego”, ressalta Lindbergh.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que nos governos do ex-presidente Lula 36 milhões de brasileiros deixaram a miséria. “Isso foi resultado das políticas sociais dos governos petistas, premiadas no mundo inteiro, como o Bolsa Família — que está sendo duramente atacado pelo governo do Temer”, aponta o líder do PT.
Salário mínimo
Outro pilar importante do combate à miséria e à desigualdade foi a política de valorização do salário mínimo, que teve seu poder aquisitivo aumentado acima da inflação, seguindo o crescimento do PIB durante s governos do PT, saltando de US$ 60 para mais de US$ 300. No governo Temer, o salário mínimo diminuiu. “Isso é confisco do salário do trabalhador que mais precisa”, resume Paulo Rocha.
Os senadores petistas alertam que a economia não vai melhorar enquanto prosseguirem as políticas de arrocho de Temer. Para reverter o processo de desnacionalização e da superexploração do trabalhador implantado pelo golpe de 2016 é preciso voltar a colocar dinheiro na mão dos mais pobres, pois são eles de fato, que movimentam a roda da economia. “Lula sempre afirmou que os pobres não são um problema no País; os pobres são a solução”, lembra Lindbergh.