Beto Richa afasta delegado que fala em tentativa de homicídio

Secretaria de Segurança Pública do Paraná não se conformou com o fato de Fabiano Oliveira ter apresentado o caso como um atentado à vida de Lula

Com Café/Paraná

Delegado Fabiano Oliveira foi afastado da investigação pelo governo tucano de Beto Richa

O governo do Paraná, ao comando do tucano Beto Richa (PSDB), decidiu nesta quarta-feira (28) “rebaixar” os atentados a tiros sofridos pela caravana Lula pelo Brasil da condição de tentativa de homicídio para disparo de arma de fogo e dano.  Para isso, afastou o delegado Fabiano Oliveira de Arruda das investigações.

Arruda desagradou a cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Estado Paraná ao declarar que o caso seria tratado como tentativa de homicídio. A reação do governo tucano foi imediata e o delegado Hélder Lauria, chefe da Subdivisão de Polícia de Laranjeiras do Sul, e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (COPE), assumiu a investigação.

Logo em sua primeira entrevista, Lauria definiu a declaração de Arruda como “superficiais”. “Estamos tratando o caso como disparo de arma de fogo e dano. Não estamos tratando como tentativa de homicídio”, declarou.

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) cobrou do governo do estado uma explicação plausível para a mudança. “Essa mudança do governo do estado por outro delegado é no mínimo suspeita e traz suspeita ainda maior pelo governo do Estado não justificar o motivo. Nós não vamos aceitar isso”.

“Agora mudou o foco das investigações e não tratam mais como tentativa de homicídio contra todos nós. Isso cria uma indignação e a nossa exigência tem que ser essa: se não se vai mais investigar como homicídio como é que vai investigar agora então?”, indagou.

Dirceu também lembrou que desde o início da caravana o PT tem solicitado segurança tanto para o governo do Paraná quanto para o Ministério da Justiça.  “São crimes que estão sendo premeditados e não há por parte do governo do estado qualquer investigação para evitar os crimes. Eles estão esperando morrer alguém?”.

“As autoridades federais também têm, sim, responsabilidade pelos casos, já que muitos dos atos de violência ocorreram em estradas federais. Não é um atentado apenas contra o Lula. É um ato contra o direito de ir e vir.”

O promotor Olympio de Sá Sotto Maior Neto, coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção aos Direitos Humanos (Caop) concorda e cobrará do MP que acompanhe o caso. “Estamos diante da prática de crimes. Houve incitação à prática de crimes e um caso concreto de tentativa de homicídio. Vou encaminhar isso ao procurador-geral e certamente serão designados promotores para acompanhar o caso”, destacou.

O senador Lidnbergh Farias (PT-RJ) também criticou o afastamento do delegado.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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