Nota de pesar e indignação: Companheiro Paulino, presente!

Liderança da ocupação 8 de Março, em Ourilândia do Norte, no Pará, Paulino da Silva foi morto a tiros na manhã deste sábado, 22/02/2020.

A Secretaria Agrária Nacional do PT manifesta pesar e indignação pela morte do companheiro Paulino da Silva Filho, covardemente assassinado na manhã deste sábado, 22 de fevereiro de 2020, em de Ourilândia do Norte, no Pará, cidade onde exerceu dois mandatos como vereador pelo Partido dos Trabalhadores (2009-2012 e 2013-2016). Desde 2016, militava pelo PC do B e pretendia candidatar-se a vereador novamente este ano.

Liderança dos trabalhadores rurais, Paulino da Silva Filho foi morto a tiros na manhã deste sábado, 22 de fevereiro de 2020. Foto da reportagem da Agência Pública, publicada em 15 de julho de 2019.

Paulino era liderança dos trabalhadores e trabalhadoras rurais da Associação 8 de Março, ligada à Fetagri-PA, na ocupação da Fazenda 1.200, onde reivindicam o assentamento de 180 famílias em áreas públicas invadidas pela fazenda. No ano passado a ocupação foi palco de um ataque de jagunços que atiraram contra a comunidade e incendiaram casas. O caso foi pauta de reportagem da Agência Pública de jornalismo investigativo, em que Paulino denuncia ameaças de morte que vinha sofrendo por jagunços a serviço de fazendeiros da região, incluindo o proprietário da Fazenda 1.200, Eutímio Lippaus[1].

A Secretaria Agrária Nacional do PT exige que as autoridades do Governo do Estado do Pará investiguem com absoluto rigor este crime bárbaro e apure as possíveis conexões entre o assassinato de Paulino e as ameaças denunciadas por ele recentemente.

Infelizmente, a morte de Paulino não é um caso isolado. É preciso denunciar mais este crime no contexto do acirramento da violência e dos conflitos agrários no país desde a ruptura democrática do golpe de 2016, e que se intensifica desde a posse, em 2019, de um presidente que defende abertamente a ação de milícias assassinas e a pistolagem praticada por latifundiários e grileiros contra trabalhadores e trabalhadoras rurais que lutam por dignidade e um pedaço de chão para viver e cultivar a terra.

Contribuem ainda para o acirramento da violência no campo a paralisação da reforma agrária e o completo desmonte das políticas públicas para assentados/as da reforma agrária, agricultores/as familiares e os povos e comunidades tradicionais no país. Ao adotar medidas em favor da grilagem de terras e atacar direitos dos trabalhadores/as rurais, o Governo Bolsonaro manifesta não apenas seu descaso com a reforma agrária como o desprezo pela a vida humana e pela justiça para os trabalhadores/as mais humildes desse país.

A morte de Paulino não será em vão!
Cada trabalhador e trabalhadora que tomba é mais uma semente enterrada que germinará na luta popular por terra, trabalho e justiça nesse país!

Companheiro Paulino, presente!

Elisângela Araújo
Secretária Agrária Nacional

Partido dos Trabalhadores

[1] “Fogo, pistolagem e medo na fazenda 1.200 no Pará” – reportagem da Agência Pública: https://apublica.org/2019/07/fogo-pistolagem-e-medo-na-fazenda-1-200-no-para/

 

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