Bolsonarismo requenta fake news para atacar Dilma
Dilma não participou de ação que resultou na morte de Mário Kozel Filho, não pertenceu à VPR nem participou de ações armadas. Bolsonaro espalhou a mentira em 2019
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Nossa central de denúncias de fake news recebeu nesta semana o alerta para a circulação de mais uma informação falsa contra Dilma: a ex-presidenta teria participado de atentado que matou o soldado Mário Kozel Filho. É mentira, como o Estadão e o Aos Fatos puderam verificar.
Essa história é antiga, já havia surgido em 2010 e Bolsonaro a espalhou em 2019, em entrevista a uma TV italiana, mas como indicam dados do Google, voltou com força nesta semana.
A mensagem em questão mente ao afirmar que Dilma, chamada de “terrorista assassina”, jogou “uma granada no portão do Quartel General do Exército”, matando o soldado em 26 de junho de 1968.
O que registra a história é que, naquela data, um veículo com dinamites foi lançado contra o quartel, matando Mário Kozel Filho, em ação realizada por apenas uma pessoa, que seria ligada a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Em livro editado pelos militares, Dilma não consta na lista de acusados de participarem da ação.
Portanto, Dilma não estava envolvida, nem houve granada no portão. A ex-presidenta nunca participou da VPR e, em 1968, estava no Comando de Libertação Nacional (Colina).
Não há qualquer evidência da participação de Dilma em ações armadas. Outras mentiras similares falam de participação em assaltos aos bancos Banespa e Mercantil, planos de assassinato ao capitão Charles Chandler e roubo ao quartel da Força Pública do Barro Branco. Tudo isso é falso e Bolsonaro foi um dos responsáveis por espalhar a desinformação.
Em entrevista a RAI, ele mentiu ao dizer que Dilma participou da VPR e ao insinuar que ela se envolveu em ações violentas, como a morte do soldado. Na época, Dilma veio a público, afirmando: “A verdade é que nunca fui integrante deste grupo, jamais participei de qualquer ação armada e não propus ou contribui para a morte de quem quer que seja”.