Bolsonaro atacou a Petrobras por 4 anos e deixou mais privatizações armadas
Nesta quinta-feira, o ex-senador Jean Paul Prates assumiu a presidência da Petrobras com o desafio de retomar o papel estratégico da estatal
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Impulsionadora de desenvolvimento nos governos Lula e Dilma e com excelência mundial na extração de petróleo em grandes profundidades, a principal estatal brasileira viu se patrimônio ser destruído com vendas sistemática de seus ativos ao longo dos anos desde 2016, quando Michel Temer assumiu a Presidência da República, em um processo de golpe político contra Dilma Rousseff, destituída do cargo sem provas.
Nesta quinta-feira, o ex-senador Jean Paul Prates assumiu a presidência da Petrobras com o desafio de desmontar a bomba relógio deixada pela gestão de Bolsonaro na maior empresa brasileira. A indicação do presidente Lula foi aprovada por unanimidade pelo Conselho de Administração da estatual. Ex-senador, Jean Paul Prates é reconhecido como autoridade do setor.
De acordo com balanço produzido pela subseção do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos) na FUP (Federação Única dos Petroleiros), a partir de comunicados aos mercados feitos pela Petrobras, de 2016 a 2022, foram vendidos 78 bens da empresa, como campos de petróleo, refinarias, distribuidoras, polos petroquímicos, usina termelétrica e terminal, além de concessões para poços de petróleo.
Juntas, essas operações de desmonte da estatal somam cerca de US$ 49,912 bilhões. Valor muito abaixo do que realmente valeriam ou de sua importância estratégica na conquista da soberania energética brasileira.
Das 78 operações – 75 vendas e três arredamento -, o governo Bolsonaro foi responsável por se desfazer de 63 ativos, algo em torno de U$$ 32,34 bilhões. A Temer coube se desfazer de 15 unidades (US$ 17,57 bilhões).
A FUP encaminhou ofícios aos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Minas e Energia, Alexandre Silveira, solicitando que sejam interrompidos todos os processos de negociações para privatização de bens da empresa.
Entre os ativos estratégicos em negociação por representantes do governo Bolsonaro que ainda fazem parte da empresa – por questões legais – estão:
Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG);
Polo Potiguar (completo petrolífero);
Polo Norte Capixaba (compreende quatro campos terrestres: Cancã, Fazenda Alegre, Fazenda São Rafael e Fazenda Santa Luzia);
Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste;
Polo Golfinho e Polo Camarupim, em águas profundas no pós-sal, localizados na Bacia do Espírito Santo;
Albacora Leste. Com contrato de privatização assinado, negocia condições de venda. Ativo estratégico na Bacia de Campos, com potencial de gerar perdas substantivas para a empresa e o país;
Polo Bahia Terra. Conjunto que compreende 28 concessões de produção terrestres, em diferentes municípios da Bahia.
Da Redação