Bolsonaro quer entregar Correios, serviço essencial e estratégico
O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, e o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo, criticaram a medida tomada na calada da noite e que trará prejuízos ao povo brasileiro
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O governo Bolsonaro anunciou na noite desta terça-feira (13) a inclusão dos Correios na lista de empresas estatais que devem ser privatizadas e que fazem parte do Programa Nacional de Desestatização (PND). Com a medida, os estudos para privatizar a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) terão continuidade, além do encaminhamento das diretrizes para o processo de desestatização.
Como justificativa, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirmou em nota que o setor público não tem condições de realizar os investimentos necessária para o desenvolvimento dos serviços postais brasileiros. Em 23 de março deste ano, o Ministério da Economia já havia publicado no Diário Oficial da União resoluções que recomendavam a inclusão dos Correios no PND, além das estatais Eletrobras e Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Para o presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios, deputado federal Leonardo Monteiro (PT/MG), o decreto é uma forma de pressão do governo federal para acelerar a privatização dos Correios. O parlamentar já providencia um Projeto Decreto Legislativo (PDL) para sustar os efeitos dessa medida que visa enfraquecer o Estado brasileiro e prejudicar a população.
Somente no ano passado, os Correios tiveram lucro bilionário e é a única empresa brasileira que está presente em todas as regiões do país.
“Os Correios é um serviço essencial para o povo brasileiro, estratégico para o país, principalmente nesse momento de pandemia. O governo federal publicou o decreto, na calada da noite, para incluir os Correios como empresa para ser privatizada dentro do Programa Nacional de Desestatização com objetivo de acelerar a privatização da estatal. Mas estamos firmes e atentos nessa batalha para barrar mais essa investida entreguista de Bolsonaro”, declarou Monteiro.
De acordo com o secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos – FENTECT, José Rivaldo, a medida vai contra os interesses públicos e busca entregar um patrimônio centenário do povo brasileiro a iniciativa privada.
“Os Correios são essenciais para a população. É uma garantia constitucional. A privatização dos Correios irá prejudicar o povo brasileiro, principalmente, aquelas pessoas que vivem distantes dos centros urbanos que não poderão ter mais acesso ao serviço postal. A venda dos Correios só vai beneficiar o mercado privado em detrimento do povo brasileiro”, afirmou.
Em fevereiro, o presidente Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei 591/21, que autoriza que os serviços postais possam ser explorados pela iniciativa privada. Para o secretário-geral da Fentect, essas ações buscam precarizar o serviço postal brasileiro, já que irá encarecer as taxas postais.
Além disso, Rivaldo lembrou ainda da importância dos Correios em outras áreas como na entrega de livros didáticos, nas urnas eletrônicas nas épocas de eleições e das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em todo o país.
“A Fentect permanecerá na luta contra a venda dos Correios, mas precisamos do apoio da população e dos parlamentares para que essas propostas não sejam aprovadas e a nossa empresa possa continuar sendo um patrimônio do povo brasileiro”, declarou ele.
Da Redação, com assessorias de imprensa