Brasil fatura mais de US$ 14,5 bilhões em vendas de produtos para países árabes
País deve faturar 15% a mais em 2024 com a exportação de produtos agropecuários aos países da Liga Árabe, segundo a Câmara de Comércio Árabe Brasileira
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O comércio exterior continua a todo vapor neste início de segundo ano de governo Lula. De acordo com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o Brasil deve faturar 15% mais em 2024 com a exportação de produtos agropecuários aos países da Liga Árabe. Em 2023, o Brasil alcançou a cifra de US$ 14,538 bilhões com as vendas para os 22 países da Liga.
“Há maior demanda interna e para reexportação”, informou Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara, ao site do Estadão. Segundo ele, isso ocorre mesmo com a instabilidade política na região, que limita o crescimento de alguns países.
“Argélia, Marrocos e Iraque serão mercados-chave para a expansão, enquanto o consumo dos países do Golfo Pérsico tende a continuar sustentado. A recuperação econômica do Egito e a safra de açúcar do Brasil – principal produto comprado pelos árabes – são fatores que podem influenciar no resultado”, ressalta Mansour.
Os países árabes têm interesse em importar mais alimentos industrializados do Brasil, como cortes nobres bovinos, processados de frango, achocolatados, biscoitos e açaí. As vendas desses produtos avançaram 40% em 2023 ante 2022, mas a pauta deve seguir concentrada em commodities nos próximos anos, diz a reportagem.
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De acordo com a Câmara de Comércio Árabe Brasileira, os principais produtos exportados pelo Brasil aos países árabes foram açúcares, com um total de US$ 4,93 bilhões, carnes de aves (US$ 3,2 bilhões), minério de ferro (US$ 2,7 bilhões), milho (US$ 1,7 bilhão) e soja (US$ 1,35 bilhão). Os principais produtos importados foram petróleo e derivados, em montante que ultrapassou US$ 5,7 bilhões, e fertilizantes, com importações superiores a US$ 3,5 bilhões.
Confiança no Brasil
O presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Osmar Chohfi, afirma que o resultado alcançado no ano passado mostra a confiança que os países árabes depositam no Brasil como garantidor da sua segurança alimentar. “Isso significa também um [elevado] grau de competitividade das exportações de proteína animal, grãos, minério de ferro, e como o mundo árabe confia na qualidade das exportações brasileiras”, diz Chohfi.
Somados, os países árabes formam o terceiro principal comprador de produtos brasileiros, atrás de China e Estados Unidos, com uma participação equivalente a 5,7% da pauta exportadora brasileira. O superávit obtido nas trocas comerciais com os árabes foi 8,7% do total.
“O superávit com o mundo árabe é superior até à participação dos árabes no comércio exterior brasileiro, que é em torno de 5% a 6% anuais. Isso também é muito importante. Significa que o arcabouço do comércio do Brasil com os países árabes é muito sólido e vantajoso”, avalia Chohfi.
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O presidente da Câmara Árabe afirma que, mesmo com números sólidos e uma parceria estabelecida, há oportunidades de ampliar a relação comercial para mais segmentos econômicos e em outras modalidades de negócios além da exportação e da importação.
“Podemos pensar, por exemplo, em termos de fármacos: o Brasil tem uma indústria importante de genéricos. Isso pode dar margem até a projetos conjuntos. Temos exemplo recente de venda de aviões da Embraer, um produto de altíssimo valor agregado. Mas temos também outros setores: o de pedras preciosas, granitos, material hospitalar”, elenca.
“Há uma gama de produtos brasileiros que poderiam ter importância maior no intercâmbio e é nisso que a Câmara Árabe pretende trabalhar: em torno da consolidação do que já é o comércio tradicional e na abertura de novas frentes e inclusão de novas empresas, inclusive de pequenas e médias empresas”, aponta Chohfi.
Entre os países, os principais destinos foram Arábia Saudita, Emirados, Argélia, Egito e Iraque. Já os principais fornecedores ao Brasil foram Arábia Saudita, Argélia, Marrocos, Emirados Árabes Unidos e Catar.
Da Redação, com agências