‘Brasil não quer presidente biônico’, garante Guilherme Boulos
Boulos destacou que Michel Temer quer chegar à Presidência com atalho golpista e que golpe não passará porque o povo brasileiro não é acovardado
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Os movimentos sociais se revezaram nas falas, em cima do palco armado no meio do Acampamento pela Democracia e Contra o Golpe, na manhã deste sábado (16). Um dos discursos mais enfáticos foi do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos.
Para ele, o golpe não vai passar “porque o Brasil não quer um presidente biônico que tem 1% nas pesquisas de intenção de votos e quer ganhar a presidência da república com o atalho golpista”.
“O golpe não vai passar, também, por que nós sabemos o que vem junto com a proposta desse golpe. Não queremos ataque aos direitos trabalhistas, não queremos fim dos programas sociais, não queremos a ponte para o passado, como eles querem estabelecer com o golpismo”, completou Boulos.
Segundo o líder dos Sem Teto, o golpe não vingará “porque o povo brasileiro não é acovardado e os movimentos populares menos ainda”.
Já o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse que Rede Globo “é a direção política e ideológica da burguesia” e faz o “trabalho militante a favor do golpe”.
“Como os inimigos do povo não têm coragem de explicitar o projeto deles, usam a língua da direita, que é a Rede Globo. Ela é a direção política e ideológica da burguesia e é ela que está fazendo o trabalho militante a favor do golpe”, afirmou.
Para ele, o verdadeiro inimigo do povo é o capital financeiro. “Nós precisamos ter claro quem são os inimigos do povo. Ter claro que o golpe não é só do Cunha e do Temer. Eles estão à serviço do verdadeiro inimigo do povo, que é o capital financeiro, aquele 1% da burguesia que quer voltar ao neoliberalismo, são as empresas transnacionais dos EUA que querem roubar nossas riquezas, como o pré-sal. Esses são nossos inimigos”, enfatizou.
O representante dos Sem Terra destacou que desde o movimento das ‘Diretas Já’ não havia uma união de tantas forças populares com suas diferenças visões e formas de luta. “Essa unidade foi construída embaixo das lonas e é uma unidade importante para as vitórias que a classe trabalhadora precisa”, ressaltou.
Stédile finalizou seu discurso afirmando que o “melhor lugar para a classe trabalhadora lutar é nas ruas”. “Vamos às ruas e não vai ter golpe”.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral, enfatizou que a juventude está nas ruas para barrar o golpe e defender a democracia, como sempre esteve.
“A UNE sempre estive ao lado da democracia e hoje mais uma vez a juventude vai pra as ruas, porque esse golpe é contra a democracia e contra os nossos direitos. Com povo brasileiro nas ruas é que vamos barrar o golpe e conquistar nosso futuro”.
“Em nome dos honrosos presidentes da UNE, dos estudantes que lutaram contra a ditadura militar, é pela honra deles que nós, que a nossa geração de jovens, estudantes, estamos na luta para defender a democracia mais uma vez”, garantiu.
Carina lembrou que hoje o filho do pobre pode ter as mesmas oportunidades que o filho do rico sempre teve. “Hoje podemos ingressar na universidade através de programas sociais conquistados com muita luta do movimento estudantil”.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias