Brasil que vale a pena: diarista dá lição em bolsonarista que a humilhou

Ilza Rodrigues, que ouviu de empresário que não receberia mais marmitas por votar em Lula, é o melhor exemplo de que o brasileiro é um povo no qual vale a pena acreditar e investir 

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Ilza: "Uma pessoa que tem dinheiro não tem o direito de humilhar as mais humildes" (foto: Reprodução/Site do PT)

O fim de semana que passou foi marcado por um vídeo que mostra o encontro de dois brasis: um digno, pelo qual vale a pena lutar, e um indigno e desumano, que precisa com urgência ser superado.

O vídeo foi feito por um empresário bolsonarista que achou ter o direito de humilhar uma senhora só por ter mais dinheiro que ela. Na filmagem, ao entregar a ela uma caixa com marmitas, ele pergunta em quem ela vai votar. Ao ouvir que será em Lula, o empresário anuncia que não a ajudará mais e recomenda que ela peça as marmitas, a partir de agora, ao ex-presidente.

Identificado depois como Cássio Cenali, o empresário, que vive no interior de São Paulo, não só considerou aceitável fazer o que fez como também achou que seria bom filmar e distribuir o vídeo. Talvez, achou que estaria ensinando algo a alguém.

Dignidade e solidariedade

Pelo contrário. Quem tinha a ensinar era a sua vítima. Entrevistada após a repercussão do caso, a diarista Ilza Ramos Rodrigues deu uma lição de dignidade, honra e solidariedade a Cenalli.

Em entrevista ao veículo Ita News, de Itapeva (SP), onde mora, Ilza se mostrou uma mulher trabalhadora, que ganha a vida como faxineira e que, embora tenha se sentido humilhada e abalada psicologicamente, uma das coisas que mais a preocupou foi o fato de dar a marmita a outras duas famílias, que a partir daquele momento também ficariam sem a ajuda.

“(Eu me senti) Humilhada, porque, pra mim, uma pessoa que tem dinheiro, tem o carro que tem, não tem o direito de humilhar as pessoas mais humildes. Eu sou essa pessoa que eu sou. Eu não esperava que fizesse isso, porque essa marmita, tanto como me ajuda, me ajudava, ajudava também outras pessoas, porque não ficava só para mim. Eu distribuía, eu dava para duas famílias”, contou (veja no vídeo abaixo).

Ao empresário, só restou gravar um pedido de desculpas (embora, segundo Ilza, ele não a tenha procurado para se desculpar pessoalmente).

 

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Ilza está longe de ser a única brasileira pressionada por bolsonaristas endinheirados a mudar seu voto. Essa prática tem sido comum desde 2018, com empresários assediando funcionários a votarem no ex-capitão. E, no 7 de Setembro, houve outros relatos de bolsonaristas negando ajuda a pobres e os mandando pedir a Lula.

Caridade, não. Oportunidade

O que eles não entendem é que Lula não defende caridade. Quando presidente, Lula colocou em prática uma política de Estado que busca simplesmente cumprir a Constituição e garantir oportunidade e condições mínimas de dignidade a todos os brasileiros, em especial às crianças e mães, que, muitas vezes são responsáveis sozinhas pelo sustento das famílias.

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Lula sabe que os mais pobres não são menos capazes. Só lhes falta oportunidade. Com condições de se alimentar, estudar e trabalhar, os brasileiros crescem. E, junto, cresce o país. E, se hoje 33 milhões de pessoas passam fome no país e precisam de ajuda é porque Jair Bolsonaro desmontou tudo que Lula iniciou e que fez o Brasil sair do Mapa da Fome.

Ao saber do caso, o ex-presidente enviou uma mensagem a dona Ilza: “A fome é culpa da falta de compromisso de quem governa o país. Negar ajuda para alguém que passa dificuldades por divergência política é falta de humanidade. Minha solidariedade com essa senhora e sua família. O Brasil vai voltar a ter dias melhores”, escreveu no Twitter (veja abaixo).

Já Ilza não precisa se preocupar com as próximas marmitas. O MST garantiu o suprimento em sua casa pelos próximos seis meses, e os primeiros produtos já chegaram, sendo muito bem recebidos. “Hoje mesmo eu não tinha o que comer”, contou Ilza à Folha de S. Paulo. Outra coisa que ela contou é que não muda seu voto. “Se eu vou deixar (de votar em Lula)? Não, eu vou votar nele!” 

Da Redação

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