Cardozo: reunião tratou de vazamento de informações

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, explicou, nesta quinta-feira (19), ter recebido advogados da empresa Odebrecht, envolvida na Operação Lava Jato, para tratar sobre o vazamento de informações à imprensa. Segundo ele, há um inquérito aberto na Polícia Federal para apurar a questão.

“A empresa Odebrecht através de seus advogados me procurou e falou que queria uma reunião para tratar de assunto atinente à Lava Jato. Eu disse, sim, mas tem que ser no ministério, em Brasília, e vocês pedem formalmente a entrevista”, explicou o ministro, em entrevista após coletiva para anunciar balanço de acidentes e mortos em estradas federais durante o carnaval.

De acordo com Cardozo, a Odebrecht recorreu ao Ministério da Justiça, pois a pasta é responsável por fiscalizar a atuação da Polícia Federal. O encontro aconteceu na sede do ministério, em Brasília, dia 5 de fevereiro.

“A quem se dirigiria essa representação? Ao juiz? Não. Ao Ministério Público? Não. É ao Ministério da Justiça que é a quem está subordinada a PF”, completou.

Ainda segundo o ministro da Justiça, os advogados não falaram sobre interferência do governo federal na Operação Lava Jato. “Em nenhum momento tocou-se na possibilidade de o governo ajudar na libertação de presos ou em avaliação judicial minha do que poderia acontecer no futuro”, garantiu.

Além disso, Cardozo afirmou que os advogados da Odebrecht também falaram sobre uma possível colaboração internacional que envolveria o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), ligado ao Ministério da Justiça.

O ministro ainda saiu em defesa dos advogados de empresas envolvidas na Lava Jato. Para ele, advogado não é membro de quadrilha. “Vi recentemente um parlamentar dizer: o ministro da Justiça não pode receber membros de quadrilha. Considero isso uma ofensa aos advogados do Brasil. É repugnante”, disse.

Da Redação da Agência PT de Notícias