Caso Marielle Franco: 9 meses sem solução

A vereadora e seu motorista foram mortos a tiros em março deste ano no Rio de Janeiro. O crime continua sem solução

Mulher, negra, lésbica, mãe, feminista e referência na luta pelos direitos humanos, Marielle Franco ousou sair do papel que a sociedade tentou lhe impor, se tornou inspiração para todas as mulheres e foi executada por desafiar o sistema. O assassinato da vereadora do Rio De Janeiro e de motorista Anderson Gomes completa 9 meses nesta sexta-feira (14) ainda sem a resposta para a pergunta: quem matou Marielle?

O crime aconteceu em 14 de março deste ano, no centro do RJ, e até hoje espera uma solução.

A deputada federal, Maria do Rosário, havia solicitado, no início de novembro, que a competência de investigação e julgamento fosse transferida para o âmbito federal para que o caso enfim pudesse ser concluído. Nesta semana a Comissão Externa da Câmara dos Deputados aprovou um relatório cobrando a federalização do caso e o envolvimento da sociedade civil nas investigações como forma de pressionar por justiça e pela descoberta da autoria do crime.

Nesta quinta-feira (13), agentes da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio cumpriram 15 mandados de prisão contra suspeitos de envolvimento no crime. A operação não divulgou mais detalhes para garantir alcance dos mandantes e autores dos assassinatos. Segundo o Estadão, o general Richard Nunes, declarou que o homicídio de Marielle foi cometido por milicianos por acharem que ela podia atrapalhar negócios de grilagem de terra na zona oeste do Rio.

Marielle

Marielle Franco dedicou sua vida em defesa dos direitos humanos e contra a violência nas favelas. Tinha como impulsionamento a morte de uma amiga, assassinada em uma troca de tiros entre traficantes e policias dentro de uma comunidade.

Crítica da intervenção federal no RJ, Marielle denunciou em suas redes sociais indícios de que policiais do 41º Batalhão da PM haviam cometido abuso de autoridade contra moradores do bairro de Acari.

Eleita em 2016 com 46,5 mil votos, foi a quinta vereadora mais votada na cidade. Marielle Franco estava no primeiro mandato como parlamentar, “cria da favela” da Maré, como ela mesma se nomeava, tinha 38 anos, era socióloga, com mestrado em Administração Pública e mãe de Luyara.

Por Jéssica Rodrigues, para a Secretaria Nacional de Mulheres do PT

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