CCJ aprova convite para que Moro explique parcialidade na Lava Jato

Ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL) será convidado para comparecer na Câmara dos Deputados e explicar o conluio ilegal nos processos contra Lula

Gabriel Paiva

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (26) requerimento que convida o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, para audiência pública sobre o material publicado pelo The Intercept Brasil. Desde o dia 9, o site vem divulgando mensagens que teriam sido trocadas por Moro, então juiz federal, com integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato.

O deputado José Guimarães (PT-CE) participou da reunião na CCJ e cobrou a convocação do Ministro Sérgio Moro para prestar esclarecimentos acerca das denúncias de parcialidade na condução dos processos da Lava Jato que vem sendo denunciadas pelo site The Intercept.

O ministro Moro deveria ter participado ontem de debate conjunto em duas comissões, mas cancelou o compromisso devido a uma viagem aos Estados Unidos. O presidente da CCJ, deputado Felipe Francischini (PSL-PR), declarou hoje ter recebido nota informando que Moro se colocou à disposição para comparecer na próxima terça-feira (2), às 14 horas, para debate conjunto com as comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Direitos Humanos e Minorias; e de Fiscalização Financeira e Controle.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) disse que a oposição defendeu a convocação do ex-juiz, para que Moro não possa faltar novamente. “O Brasil precisa urgentemente de explicações do ministro a respeito de muitas questões neste momento”, argumentou a parlamentar.

The Intercept

Fundador e colunista do The Intercept Brasil, o jornalista Glenn Greenwald disse ontem na Câmara dos Deputados que, na sua opinião, houve conluio entre o ex-juiz e os procuradores que atuam na Lava Jato. Segundo Glenn, as mensagens indicam que houve parcialidade nas decisões proferidas por Moro – e um dos mais prejudicados teria sido o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba.

Por PT na Câmara

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