Centrais sindicais respondem à reforma de Bolsonaro: Greve Geral

Grande manifestação reuniu oito centrais sindicais em São Paulo, chamando os trabalhadores à unidade para barrar a reforma da Previdência de Bolsonaro

Elineudo Meira

Ato das Centrais contra Reforma da Previdência de Bolsonaro

Enquanto Jair Bolsonaro apresentava sua proposta de destruição da Previdência ao Congresso na manhã desta quarta-feira (20), as oito maiores centrais sindicais brasileiras se reuniram em um grande ato com cerca de 10 mil pessoas na cidade de São Paulo, na Praça da Sé, para realizar a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora.

Chamando o conjunto da sociedade brasileira à unidade, as centrais lembraram que já foi possível derrotar Michel Temer e derrubar sua proposta de Reforma da Previdência em 2018 e irão construir uma nova mobilização, indo até a Greve Geral se necessário.

Agora, a proposta de Jair Bolsonaro é ainda mais nefasta, obrigando o povo a trabalhar 40 anos para conseguir a aposentadoria integral, que só virá aos 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, com uma transição de apenas 12 anos. O novo regime irá afetar tanto trabalhadores da iniciativa privada como servidores públicos.

Estiveram presentes representantes da CUT, CTB, Força Sindical, Intersindical, Nova Central, CGTB, CSP-Conlutas e CSB. A assembleia tirou um calendário de lutas que prevê atos públicos, mobilização nos locais de trabalho e nos municípios.

O objetivo a partir de agora é dialogar com toda a população e esclarecer as consequências nefastas das propostas apresentadas por Bolsonaro. Na próxima terça-feira (26) deve ocorrer uma nova reunião das centrais para definir com os trabalhadores a melhor estratégia de mobilização.

Como parte do calendário de lutas, também destacaram o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e o 1º de Maio, Dia do Trabalhador. Também será definida a data para a realização de um dia nacional de lutas e mobilizações em defesa da Previdência Social Pública e contra o fim da aposentadoria.

Vagner Freitas, da CUT

Ao se dirigir a militância, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que “não existe reforma, o que Bolsonaro apresentou hoje é o fim da Previdência, o fim da Seguridade Social no País”.

Para Freitas, “além do trabalhador não conseguir se aposentar, essa reforma praticamente acaba com todos os benefícios assegurados pela Previdência. Se o trabalhador ficar doente, não conseguirá mais se afastar pelo INSS, é isso o que representa essa proposta”.

Lembrando que a proposta de Bolsonaro irá afetar milhares de municípios com menos de 100 mil habitantes que dependem das aposentadorias para movimentar a economia local, o presidente da CUT afirmou que “todos estão sendo prejudicados com essa reforma, quem já está no mercado de trabalho e quem vai entrar. Por isso, trabalhadores, procurem os seus sindicatos, opinem, ajudem a construir a luta. Faremos o que for preciso para barrar a reforma, mas precisamos construir isso coletivamente. Participe, crie comitê de resistência no seu bairro, nas escolas, associações, onde for preciso. Procure o sindicato e vamos construir a luta”.

Saudando a mobilização realizada na terça (19) pelo funcionalismo público de São Paulo em resposta ao Sampaprev, a reforma da previdência municipal de Bruno Covas, o presidente da CTB, Adilson Araújo, destacou que o povo tem força para derrotar mais esse ataque. “É possível sim lutar. A Greve Geral vai demandar posicionamentos firmes das lideranças sindicais. O movimento sindical faz luta salarial, mas precisamos retomar a pauta política”.

Araújo ainda defendeu que “os trabalhadores e trabalhadoras devem ter o direito de se aposentar garantido e não abrirem os mão da luta por um país mais humano e menos desigual”.

Manifestante em ato contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro

Liderança nacional do MST, João Paulo afirmou que o movimento se coloca à disposição das centrais sindicais para se somar a luta. “O que as centrais decidirem, o MST e a Frente Povo Sem Medo se somam”.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que o ato é uma importante demonstração para o Brasil da necessidade de enfrentar a reforma proposta por Bolsonaro. “Quem precisa da Previdência é o povo, são os mais pobres, por isso temos de lutar por nossos direitos. E o dia de hoje é só o início da nossa jornada de luta”.

Edson Carneiro, o Índio, secretário Geral da Intersindical, avaliou que o ato deu início a um grande diálogo entre o movimento sindical e o povo brasileiro, sobre o real significado da reforma da Previdência. Ele destacou que a proposta atinge todos os setores da sociedade: trabalhadores pobres, rurais, mulheres, trabalhadores de classe média, precarizados.

Para ele, “a extrema direita não tem nada a oferecer ao povo brasileiro. Eles querem destruir o Estado e entregar a Previdência para o Bradesco, Itaú, para os banqueiros”.

Da Redação da Agência PT de notícias, com informações da CUT

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