Clã Bolsonaro empregou pelo menos 17 parentes da ex-mulher de Jair

Ana Cristina Siqueira Valle e 17 de seus familiares trabalharam dos gabinetes de Jair, Carlos e Flávio; em todos os casos, há dificuldade de comprovar serviços prestados

TSE

Clã Bolsonaro

Aos poucos, o Ministério Público Federal tem revelado a extensão do cabide de empregos da família Bolsonaro. Jair, Carlos e Flávio, que afirmam ser a “nova política”, na verdade, empregavam em seus gabinetes parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, que foi casada com o patriarca. Agora, uma reportagem da revista Época, publicada nesta quinta-feira (20), mostra que alguns desses funcionários jamais moraram no Rio ou estiveram no prédio onde supostamente trabalhavam.

O MP apura ainda se os servidores devolviam seus salários – total ou parcialmente – para os políticos, prática conhecida como “rachadinha”. A suspeita surgiu a partir da investigação de Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio que levantou suspeitas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pela movimentação atípica de R$1,2 milhão.

O desenrolar da história já mostrou que Ana Cristina e pelo menos 17 familiares ocuparam cargos comissionados nos três gabinetes do clã Bolsonaro nos últimos 20 anos. Agora, a reportagem da Época mostrou que alguns deles nunca moraram ono Rio ou estiveram no prédio da Câmara dos Vereadores.

A revista conta que Carlos Bolsonaro foi eleito o vereador jovem do Rio de Janeiro em 2000, aos 17 anos, em uma disputa contra a própria mãe, Rogéria Braga. A eleição simbolizava o racha na família após a separação entre os pais a a união de Jair com Cristina, que foi nomeada chefe de gabinete do enteado. Entre salário e penduricalhos, ela recebia R$22.900 em valores de hoje corrigidos pela inflação. Na Câmara, ela ocupou o principal cargo do gabinete até 2008, quando separou do patriarca.

Até 2008, seis familiares de Cristina também trabalharam no gabinete de Jair, à época deputado federal. Foram eles: os ex-sogros, José Procópio Valle e Henriqueta Siqueira Valle, dois irmãos, Andrea Siqueira Valle e André Siqueira Valle, e dois primos, André Siqueira Hudson e Juliana Siqueira Vargas.

A ex-mulher de Jair também teve parentes lotados no gabinete de Flávio, que assumiu como deputado estadual do Rio em 2003. José Procópio Valle, Juliana Siqueira Vargas e Andrea Siqueira Valle trabalharam na Assembleia após deixarem os cargos no gabinete de Jair.

Os primos Francisco Diniz e Daniela Gomes e os tios Guilherme dos Santos Hudson, Ana Maria Siqueira Hudson, Maria José de Siqueira e Silva e Marina Siqueira Diniz também trabalharam no gabinete de Flávio. Em todos os casos, as investigações mostram que os familiares de Cristina têm dificuldade de comprovar que de fato trabalhavam.

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da revista Época

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