CNI/Ibope: População sofre com golpe e rejeita Temer

Além de rejeição recorde ao nome do golpista, população desaprova políticas em todas as áreas do governo, aponta pesquisa

Lula Marques/Agência PT

90% dos brasileiros rejeitam o governo Temer e não votariam em quem ele indicasse

Batendo recordes históricos como pior presidente do país na avaliação da população, Michel Temer não desagrada apenas enquanto figura pública, com 77% de rejeição, mas suas políticas em todas as áreas de atuação do governo também são alvo de descontentamento.

Segundo informações da pesquisa CNI/Ibope divulgada na quinta-feira (28), as ações do governo golpista em áreas como meio ambiente, educação, saúde ou impostos são desaprovadas por pelo menos 79% da população.

A área com maior índice de rejeição é impostos, com 90% de desaprovação da população. Uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que os que ganham até dois salários mínimos mensais pagam 53,9% deste valor em impostos, enquanto a população que ganha acima de 30 salários mínimos paga até 29%.

Para completar, em agosto a gasolina teve aumento recorde de 8,22%, após aumento das alíquotas de PIS/Cofins promovido pelo governo golpista. Com isso, o preço dos impostos na gasolina dobrou e chegou a R$ 0,41 a mais por litro.

Na área da saúde, a rejeição é de 86%. Com Temer, o programa Mais Médicos sofreu cortes, prejudicando mais de 7 milhões de pessoas. Além disso, o governo golpista extinguiu a Farmácia Popular e cancelou 180 mil auxílios-doença. Criado no governo Dilma, o Mais Médicos chegou a beneficiar 63 milhões de brasileiros.

A política de combate ao desemprego é criticada por 85% da população. No trimestre encerrado em junho, o desemprego bateu os 13%, enquanto a taxa chegou a apenas 4,6% no governo Dilma.

Com a reforma trabalhista aprovada pelo governo golpista, a maior parte da população acredita que somente os patrões serão beneficiados. Experiências pelo mundo demonstraram que a flexibilização trabalhista serve apenas para destruir empregos. Com aumento da taxa de desemprego, fila de espera para entrar no programa Bolsa Família também cresceu, chegando a 525 mil famílias.

A crise da segurança pública não passou batido e 85% também rejeita a atuação do governo na área. O início do ano foi marcado por massacres em presídios de Manaus e a atuação do então Ministro da Justiça Alexandre de Moraes foi duramente criticada.

Para petistas, a atitude do governo golpista em relação à crise do sistema carcerário demonstrou falta de preparo e a irresponsabilidade. Em janeiro, sete integrantes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária chegaram a enviar pedido de renúncia coletiva.

Com os retrocessos de Temer, o Brasil entrou em risco de retornar ao Mapa da Fome. Não por acaso, as ações do governo golpista no combate à fome e à pobreza são desaprovadas por 84% da população. Com Temer, agricultores temem o fim de políticas de Lula que garantiram a dignidade no campo. Para 2018, o orçamento prevê cortes brutais em áreas como assistência social e investimentos.

As ações para o meio ambiente são rejeitadas por 79% da população. A medida mais recente do governo golpista, alvo de duras críticas, foi a extinção da Reserva Nacional de Cobre e seus Associados (Renca), com vazamento de informações em primeira mão para mineradoras canadenses. A chamada “Lei da Grilagem” (13.465/17) também foi alvo de críticas por incentivar o desmatamento.

Na área da educação, o governo de Temer também desagrada à população, com medidas como a Reforma do Ensino Médio, aprovada sem debate com a sociedade, além de cortes em programas como o Ciência Sem Fronteiras. A reprovação da população em relação a atuação do governo na área chega a 81%.

Na área econômica, as políticas para taxa de juros e de combate à inflação são rejeitadas por 87% e 81% da população, respectivamente. Estudo divulgado pelo Dieese em agosto ressalta que, em vez de promover uma saída para a crise econômica, a probabilidade é do país entrar numa espiral recessiva sem fim, om investimento e gasto privados travados pelos juros reais altos e expectativas pessimistas.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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