Com Bolsonaro, Educação sofre mais um corte e acumula perda de R$6,2 bi
Inimigo da educação, Bolsonaro desrespeita os milhões de brasileiros que foram às ruas e anuncia novos cortes. Esse foi o setor que mais perdeu recursos em 2019
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Incapaz de fazer o Brasil voltar a crescer, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) anunciou novos cortes no orçamento. Mais uma vez, a Educação sai como uma das pastas mais prejudicadas e terá menos R$348 milhões para as despesas deste ano. Somando com o que já havia sido cortado, o ensino público já perdeu R$6,2 bilhões em 2019 – o maior congelamento de recursos entre os ministérios.
O detalhamento das perdas foi divulgado pela Folha de S. Paulo nesta terça-feira (30) e prova, mais uma vez, que Bolsonaro não valoriza a educação. Da mesma forma, não respeita os milhões de brasileiros que foram às ruas nos dias 15 e 30 de maio para defender um direito que é garantido na Constituição Federal para todos. Agora, uma nova manifestação também contra os cortes na educação e contra a reforma está sendo convocada para o dia 13 de agosto.
A situação já é tão crítica nesses sete meses de governo Bolsonaro que reitores de diversas universidades tem anunciado que os cortes inviabilizam a manutenção das instituições. Uma prova disso é que a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) chegou a ter a luz cortada este mês.
Tira dinheiro para sucatear e depois privatizar
Em meio aos cortes, o governo anunciou neste mês um projeto de entrega do patrimônio das universidades federais para a iniciativa privada. O chamado “Future-se” é, na verdade, um retrocesso. A ideia tem sido criticada por estudantes, professores, reitores e especialistas.
O programa consiste na criação de um fundo para financiamento das instituições pelo setor privado. Parte significativa dessa verba vai sair da concessão de prédios que pertencem as universidades e da retirada de verbas da Cultura. Prevê ainda a criação de negócios privados com o desenvolvimento de startups pelos alunos e professores.
Para o ex-ministro Renato Jeanine Ribeiro, o modelo vai criar instabilidade no financiamento do ensino superior no Brasil. Em entrevista a Rede Brasil Atual, Ribeiro alerta que “o mercado é, por definição, instável” e que papel do Estado é justamente garantir políticas públicas.
O também ex-ministro da educação Fernando Haddad avalia que os constantes ataques do governo a educação mostram sua face autoritária. Em coluna publicada originalmente na Folha, ele contextualiza que, a visão de Bolsonaro sobre a produção científica está “distante dos fatos” e que “é o dinheiro público que financia a pesquisa universitária em quase todo o mundo”.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha e da Rede Brasil Atual