Com Dilma e Lula, Integração do São Francisco tem mudado o Sertão
Presidenta visitou projeto que está com 86,3% das obras concluídas e vai garantir acesso à água para 12 milhões de pessoas sem prejudicar vazão do rio
Publicado em
Na tarde desta sexta-feira (6), a presidenta Dilma Rousseff visitou uma estação de bombeamento do projeto de Integração do Rio São Francisco, na cidade de Cabrobó, sertão de Pernambuco.
Na ocasião, Dilma lembrou que o governo dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram responsáveis pela mudança da vida de muitos brasileiros, e que a transposição foi feita com esforço de muitas pessoas.
“Nunca no Brasil tinham feito uma obra desse tamanho. Nós tivemos de aprender a fazer. Essa é uma obra que muita gente segurou no braço e, se ela hoje está nesse ponto, em que está, é porque todos nós tivemos imenso empenho, grande trabalho e dedicação imensa”, afirmou.
Durante seu discurso, a presidenta voltou a defender o seu mandato e disse que ficaria “muito triste” caso não consiga inaugurar a transposição do Rio São Francisco.
“Se tiver uma coisa que eu vou ficar muito triste na minha vida é não ver aqui o dia que a dona Maria ou o seu João abrir a torneira e a água escorrer, e eu não estar aqui para comemorar com vocês. Quero dizer que meu coração vai ficar partido, porque é uma grande injustiça. Nós lutamos para fazer essa obra”, comentou.
Segundo Dilma, aqueles que comandam o golpe travestido de impeachment sempre quiseram que ela renunciasse, porque querem “esconder a sujeira embaixo do tapete”.
“Se eu renunciar, eu vou para debaixo do tapete. E eu não vou para debaixo do tapete. Eu vou ficar brigando, porque sou a prova da injustiça. Eles estão condenando nesse impeachment uma pessoa inocente e não há nada mais grave do que condenar uma pessoa inocente”, declarou.
Dilma garantiu que tem “imenso orgulho das escolhas” que fez no governo. “Tenho clareza que esse golpe tem um motivo. O Brasil, nesses 13 anos, mudou. As pessoas ganharam autoestima e dignidade”, disse.
A presidenta lembrou que recebeu 54 milhões de votos porque tinha compromissos. “Porque eu tinha um programa e nele estava lá estava escrito: o Bolsa Família é muito importante, o Minha Casa, Minha Vida é um programa que garante dignidade e lar para as pessoas”, apontou.
A perspectiva da saída da presidenta Dilma preocupa moradores da Caatinga. O maior temor é que os anos de desenvolvimento que a região Nordeste vivencia desde o início do governo Lula fiquem para trás.
“Se Dilma sair o medo que eu sinto é que a gente volte a sofrer como era antes. Ninguém nunca se interessou pelo Nordeste”, conta Cícero Joaquim, agricultor de 61 anos, morador da região de Cabrobó (PE).
O mesmo sentimento angustia Maricleide Taveiro, dona de casa de 40 anos, moradora do Vila Produtiva Rural (VPR) Retiro, em Penaforte, no Ceará. Ela teme que a água, que está cada vez mais perto de sua casa, acabe não chegando.
Maricleide vive de um poço artesiano perfurado pelo governo que tem a água dividida por todos os moradores. “Se ela não sair, a água tem tudo para chegar logo. Aqui pertinho tem um canal. Já fizeram muito por nós. Se sair, não sei o que vai acontecer”, conta.
Aline Santos, 18 anos, também é contra o afastamento da presidenta. Mas seus motivos são outros. Às vésperas de entrar numa faculdade, sabe que só concluiu o Ensino Médio por conta das escolas técnicas que surgiram na região nos últimos anos. “Olha, sou contra. Sabe a razão? Porque se não fosse por este governo eu nunca teria esta oportunidade”, acrescenta.
Integração do São Francisco
Com 86,3% das obras concluídas, a transposição do rio São Francisco tem 477 km de extensão nos seus dois eixos, Leste e Norte. O mais importante, além do fato de gerar trabalho para os moradores da região, é garantir acesso à água para 12 milhões de pessoas sem prejudicar a vazão do rio. Nada menos do que 390 municípios serão beneficiados, nos estados da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
A transposição do São Francisco emprega 10.346 pessoas, utilizando 3.909 equipamentos. Serão beneficiadas 294 comunidades rurais e a previsão de conclusão é para dezembro deste ano. Além do consumo humano, indústrias, empreendimentos agrícolas e a indústria do turismo se beneficiarão da obra.
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias, com informações do Blog do Planalto