Com inovação na coleta de lixo, Haddad reforça gestão em bairros
Prefeito de SP faz balanço de políticas para periferia da cidade, como construção de creches e iluminação de LED
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São Paulo se tornou uma das primeiras cidades do Brasil a ter coleta mecanizada de lixo com contêiner subterrâneo, tecnologia que armazena e compacta os resíduos embaixo da terra. Assim, não ficam sobre a calçada ou a rua insetos, ratos, baratas ou cheiro ruim.
Contêineres como este existem em cinco pontos da cidade, e o quinto foi inaugurado pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) nesta terça-feira (12) no Jardim Elisa Maria, na Brasilândia, Zona Norte.
“Isto é transformar o bairro em cidade (…) Com boa vontade, não tem o que não se resolva em São Paulo. Mas às vezes falta boa vontade”, afirmou Haddad.
Antes de ver como funciona o sistema, o prefeito conversou com moradores do Jardim Elisa Maria para saber quais são suas principais demandas. Ele reforçou a importância de governar para a cidade toda, com políticas para melhorar a qualidade de vida na periferia, e não somente nas regiões centrais.
“A cidade é grande e precisa caber todo mundo”. Disse também que, para essas políticas funcionarem , a população precisa cobrar e acompanhar o andamento na prefeitura.
Com capacidade para 10 toneladas, o contêiner subterrâneo evita problemas como acúmulo de lixo nas calçadas e entupimento de bueiros. As aberturas para descarte dos resíduos são acionados com cartão magnético, evitando que crianças brinquem com a máquina.
A cada uma hora e a cada quatro vezes em que a tampa é aberta, a máquina aciona o mecanismo para compactar o volume armazenado. O material com que é feito impede contaminação do solo. A cada 15 dias, é feita a remoção do lixo pelo caminhão e higienização do equipamento.
Em São Paulo, há outros cinco equipamentos como este instalados: no Mercado Municipal (Sé), nas comunidades Taipas e Jaguaré, Heliópolis e Recanto dos Humildes (Perus). O próximo será o Talha-Mar, também na Brasilândia. Salvador, Fortaleza e Paulínea são as outras cidades no Brasil que têm este equipamento.
A abertura do debate entre moradores e prefeito foi feito pela irmã Clara Amadio, fundadora de uma associação que atende crianças e adolescentes no bairro. Ela agradeceu o prefeito pela sua gestão e citou a construção de creches, Centros Educacionais Unificados (CEUs), corredores de ônibus e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia em Pirituba.
“Não precisa fazer obras faraônicas, mas tem que fazer aquilo que melhora a vida das pessoas (…) a gente sabe que Haddad tem compromisso com saúde e educação”, disse.
O prefeito falou em seguida e respondeu que a irmã Clara tem uma memória ótima, pois se lembrou das principais políticas feitas nos bairros de São Paulo desde 2013. “Ela só se esqueceu de uma que tem a ver com o nome Clara, que foi a iluminação pública”, brincou Haddad.
A Brasilândia é um dos lugares da capital que já foi beneficiado com o programa “LED nos bairros”. O bairro recebeu 9,4 mil novos pontos de iluminação em 708 ruas e avenidas, beneficiando pelo menos 265 mil moradores da região.
“LED é cidadania, porque se as pessoas ficam com medo de sair na rua, elas não aproveitam a cidade”, afirmou Haddad. Desde o início de 2013, mais de 250 mil pontos de iluminação pública foram remodelados em toda a cidade, substituindo lâmpadas de vapor de mercúrio por vapor de sódio e metálico, e quase 50 mil novos foram criados em locais onde não existia luz.
Educação em São Paulo
O prefeito afirmou que a cidade de São Paulo “pensava educação de maneira incorreta” e destacou algumas mudanças, como o fim da aprovação automática, em 2013. “Acabar com a aprovação automática foi devolver à escola a autonomia que ela nunca devia ter perdido”.
Outra alteração foi a nova divisão dos nove anos do Ensino Fundamental em três ciclos: ciclo de alfabetização (1º ao 3º), interdisciplinar (4º ao 6º) e autoral (7º ao 9º). Antes, a divisão era de apenas dois períodos, fundamental I (1º ao 5º) e fundamental II (6º ao 9º).
Haddad ressaltou ainda a importância da educação infantil, lembrando que foram criadas 91 mil novas matrículas na educação infantil, sendo 75 mil delas em creches, a partir da abertura de convênios com entidades e da construção de creches pela própria Prefeitura.
Este número possibilitou a queda expressiva na fila de espera nas creches, um problema crônico em São Paulo. Em junho de 2012, por exemplo, a fila era de cerca de 145 mil crianças. Em 2016, esse número teve uma queda de cerca de 40%.
Por Daniella Cambaúva da Agência PT de Notícias