Com líderes sindicais nos EUA, Dilma destaca poder da mobilização

Presidenta eleita citou a resistência nas ruas contra as “reformas” do governo golpista e definiu a aprovação da terceirização como “selvageria total”

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Dilma Rousseff se reúne com sindicalistas nos EUA

Em encontro com líderes sindicais em Washington, a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) falou sobre a importância da resistência nas ruas feita pelos movimentos sociais. Dilma citou o movimento dos trabalhadores contra as reformas do governo golpista e lembrou da participação especial das mulheres nesta luta, já que no 8 de março, uma grande mobilização feminina tomou as ruas de todo o país contra o desmonte da Previdência.

Dilma tem rodado os Estados Unidos denunciando o golpe. Nas últimas semanas, ela esteve na universidade George Washington, em Howard University e na Universidade de Princeton, e em Harvard (Boston). Ela retorna ainda esta semana a Cambridge para participar da Latin American Conference.

No próximo dia 28 de abril, sindicatos e movimentos sociais planejam uma grande greve geral contra todo o desmonte promovido pelo governo golpista.

Na palestra, Dilma destacou a crueldade das reformas trabalhista e da Previdência, em tramitação na Câmara, além da aprovação da terceirização irrestrita, definida por Dilma como “selvageria total”. Para a presidenta eleita, os movimentos sociais demonstraram maturidade para fazer esse enfrentamento e essa resistência, apesar da repressão.

Dilma lembrou que nos governos do PT o salário mínimo teve um crescimento real de 71,5%. Houve também um fortalecimento da proteção social, que o governo golpista agora quer desmontar. Segundo ela, o golpe foi fruto de uma aliança do PMDB com o PSDB para implantar a política neoliberal no país.

Para Dilma, o centro político estabelecido na Assembleia Constituinte em 1988 foi capitaneado pela extrema-direita. Por outro lado, o Brasil esteve na contramão mundial ao aumentar os direitos da população, enquanto outros países estavam reduzindo a assistência. Segundo ela, a financeirização e o aumento da desigualdade têm como consequência o descrédito na política, criando espaço para aventuras que “fomentam a extrema-direita no Brasil”.

“O Brasil se transforma do ponto de vista social econômico e de valores tendo como base a democracia”, afirmou. Ela também pontuou a importância das políticas de cotas e da inclusão de mulheres e negros nos governos do PT. Para ela, a política de cotas é um ponto que o governo golpista não conseguirá regredir.

A presidenta também criticou a tentativa de retirar Lula da disputa eleitoral de 2018 por meio da persguição da mídia e do judiciário. Ela lembrou que o ex-presidente está a frente em todas as pesquisas eleitorais. “Lula pode perder a eleição, isso não é vergonha. O que é vergonha é tentar impedir alguém de ser candidato”, afirmou.

Mercosul

Para Dilma, os golpistas desmantelaram o Mercosul assim que assumiram. Com a saída de Cristina Kischner da presidência da Argentina, e o golpe no Brasil,o bloco tornou-se mais conservador.

“O Mercosul tornou-se um conjunto de países bastante conservadores e tiveram uma atitude que não era a que a gente tinha”, afirma ela.

Assista a íntegra:

#AoVivo Dilma se encontra com lideranças sindicais em Washington

Publicado por Dilma Rousseff em Quarta, 19 de abril de 2017

Da Redação da Agência PT de Notícias

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