Com MP 873, Bolsonaro ataca sindicatos para entregar Previdência aos bancos

Paulo Rocha: “A MP 873 tem um alvo claro, que é impedir a mobilização dos trabalhadores para pressionar o Legislativo contra a reforma da Previdência”

CUT Brasil/Roberto Parizotti

Assembléia dos trabalhadores da Ford, em São Bernardo

Ao criar duros entraves à mobilização de trabalhadores, sindicatos e centrais sindicais, a Medida Provisória 873 é mais uma ferramenta no vale tudo instaurado por Bolsonaro para aprovar a reforma da Previdência e precisa ser derrubada pelo Congresso Nacional.

A opinião é do senador Paulo Rocha (PT-PA), que defende a urgência na apreciação da medida e a sua imediata rejeição. “Além de ser um atentado à liberdade de associação sindical, assegurada na Constituição, a MP 873 tem um alvo claro, que é impedir a mobilização dos trabalhadores para pressionar o Legislativo contra a reforma da Previdência”.

Editada na véspera do início do Carnaval, a MP 873 tenta impossibilitar a contribuição financeira que os trabalhadores fazem a seus sindicatos, às confederações e às centrais sindicais, ao extinguir a possibilidade do desconto em folha desses aportes.

Com o país se preparando para pressionar congressistas pela rejeição da reforma da Previdência, o estrangulamento dos recursos financeiros das entidades sindicais é mais um golpe contra a capacidade de resistência dos trabalhadores.

Enquanto isso, a imprensa de todo o Brasil revela que Bolsonaro pretende assegurar R$ 10 milhões a cada parlamentar que aceite votar a favor da reforma da Previdência. Esses recursos poderão ser despejados em obras e repasses federais a critério do deputado ou senador. Para bancar a “bondade”, o governo já reservou R$ 500 milhões em recursos públicos.

Além disso, Bolsonaro já decidiu lotear cerca de 2 mil cargos de confiança no segundo e terceiro escalões do governo, também para agradar os parlamentares e seduzi-los a votar contra a aposentadoria de milhões de pessoas.

“Essa MP 873 mexe diretamente com tudo o que acumulamos no interesse dos trabalhadores. Os sindicatos são nossas ferramentas de luta”, explica o senador Paulo Rocha (PT-PA).

Por PT no Senado

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