Contra corrupção? Bolsonaro manterá no cargo ministro denunciado pelo MP
Marcelo Álvaro Antônio (PSL), do Turismo, foi indiciado pela PF por esquema de candidatas laranjas. MP denunciou ele por falsidade ideológica, apropriação indébita e associação criminosa
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A máscara de Bolsonaro caiu e as mentiras de sua campanha ficam mais visíveis a cada dia. Nesta sexta-feira (4), Jair confirmou por meio do porta-voz que manterá o ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio (PSL) no cargo mesmo após ele ter sido indiciado pela Polícia Federal por envolvimento no esquema de laranjas do PSL. Bolsonaro protege seus escolhidos, assim como faz com seus filhos. Jair se diz contra a corrupção, mas se for dentro do seu partido, pode. O Ministério Público de Minas Gerais denunciou ministro por crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa, segundo a Folha de S. Paulo.
Ainda de acordo com reportagem do jornal, a investigação concluiu que Álvaro Antônio comandou esquema de desvio de recursos públicos por meio de candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições. Marcelo Álvaro Antônio foi indiciado por três crimes: falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.
Desde o começo do ano, o ministro do Turismo de Bolsonaro já era investigado pela PF. Um relatório do Coaf já havia apontado operações atípicas em contas de Álvaro Antônio: R$ 1,96 milhão de fevereiro de 2018 a janeiro de 2019. As movimentações foram consideradas incompatíveis porque, no período, Álvaro Antônio era deputado federal, com renda mensal declarada de R$ R$ 22,1 mil, com uma única empresa em seu nome inabilitada na Receita Federal, por omissão de declaração.
O esquema corrupto
Pelo esquema montado pelo então presidente do PSL-MG, as verbas públicas do fundo eleitoral e do fundo partidário para candidaturas femininas eram desviadas para empresas fantasmas, que depois voltavam ao partido. Entre as candidatas laranjas que tiveram que devolver o dinheiro da campanha para o PSL estão Lilian Bernardino, Milla Fernandes, Debora Gomes e Naftali Tamar.
“Apesar de figurarem no topo das que nacionalmente mais receberam dinheiro público do PSL, R$ 279 mil, as quatro não apresentaram sinais evidentes de que tenham realizado campanha e, ao final, reuniram, juntas, apenas 2.074 votos”, afirma reportagem da Folha. A partir do começo da investigação, outras candidatas também passaram a denunciar Álvaro Antônio e até mesmo relatos de ameaças de morte vindas do ministro de Bolsonaro foram registradas.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo