COP30: Lula e Guterres reúnem líderes globais para fortalecer ação climática

Encontro virtual promovido pelo presidente e pelo secretário-geral da ONU mobiliza 17 países na busca por compromissos ambientais. O planeta já está farto de promessas não cumpridas”, afirmou Lula

Ricardo Stuckert

O presidente Lula e o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante reunião bilateral do G20, no Rio

O presidente Lula participou, na manhã desta quarta-feira (23), da Sessão de Líderes Globais sobre Clima e Transição Justa, convocada por ele e pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. O encontro virtual, parte da Parceria Brasil-ONU por Ambição Climática, reuniu representantes de 17 países, faz parte de uma série de ações preparatórias para a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, programada para novembro, em Belém (PA).

Entre os participantes, países como a China e membros da União Europeia, além de nações vulneráveis às mudanças climáticas. Além de Lula, também acompanharam a sessão o embaixador da COP 30, André Correa do Lago, o assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

Em sua intervenção, Lula destacou a gravidade do momento vivido pelo planeta diante das mudanças climáticas. “O aquecimento global está ocorrendo em ritmo mais acelerado do que o previsto. Em 2024, a temperatura média da Terra ultrapassou pela primeira vez o limite crítico de um grau e meio acima dos níveis pré-industriais”, afirmou. O presidente alertou ainda para o risco de ecossistemas como florestas, geleiras e mares atingirem pontos de não retorno, mencionando especificamente “a pior seca da história na Amazônia” e “o branqueamento massivo de corais no oceano causado pelo calor extremo”.

“Negar a crise climática não vai fazê-la desaparecer. Precisamos assegurar que o multilateralismo e a cooperação internacional sigam como pedra angular da resposta global à mudança do clima”, disse Lula, lembrando que o Acordo de Paris foi fundamental para reverter projeções ainda mais pessimistas de elevação da temperatura.

Mobilização coletiva

Lula defendeu uma mobilização coletiva em torno da COP30 e destacou o compromisso brasileiro com a redução das emissões. “Queremos fazer da COP30 um grande mutirão em prol da implementação dos compromissos climáticos. O planeta já está farto de promessas não cumpridas”, ressaltou. Ele também anunciou metas brasileiras para redução das emissões de gases de efeito estufa e apresentou iniciativas como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a ser lançado na conferência, e o chamado para um diálogo franco e aberto sobre avanços no combate à mudança do clima.

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De acordo com António Guterres, a reunião faz parte de uma mobilização mais ampla em torno da emergência climática e suas implicações para as economias globais. “Não temos um momento sequer a perder”, declarou o secretário, depois da reunião, em coletiva de imprensa.

“Nenhuma região está sendo poupada da devastação das catástrofes climáticas que se aceleram”, alertou. “E essa crise está aprofundando a pobreza, deslocando comunidades e alimentando conflitos e instabilidade”.

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Oportunidade do século

O secretário-geral da ONU afirmou ainda que as energias renováveis representam a grande oportunidade econômica deste século, algo que os países “estão se dando conta”.

“Os preços das energias renováveis despencaram e o setor está em expansão, criando empregos e impulsionando a competitividade e o crescimento em todo o mundo”, lembrou Guterres. “O caminho para sairmos do inferno climático é pavimentado pelas energias renováveis”.

Segundo fontes das Nações Unidas ouvidas pela ONU News, a reunião teve como propósito lembrar aos líderes mundiais que o combate às mudanças climáticas segue sendo prioridade e que a cooperação internacional é fundamental para avanços concretos. Um alto funcionário brasileiro enfatizou que ao encontro serviu para “lembrar aos líderes que o clima continua sendo uma prioridade fundamental e que a colaboração e o multilateralismo ainda importam”.

Da Redação, com Site do Planalto e  Nações Unidas Brasil

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