CPI do Carf aprova quebra de sigilos fiscal e bancário da Mitsubishi

Grandes empresas e escritórios de advocacia são suspeitos de pagarem propinas a conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) em troca da redução dos tributos devidos

Brasília- DF 09-07-2015 Presidente da Mitsubishi, Robert Rittscher, durante depoimento a CPI do CARF. (Foto: Lula Marques/AgênciaPT)

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes em julgamentos do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) aprovou, nesta quinta-feira (16), a quebra do sigilo telefônico e telemático, ou seja, de mensagens via celular e de e-mails do presidente da MMC Automotores do Brasil (Mitsubishi no Brasil), Robert Rittscher, e do ex-presidente da companhia, Paulo Ferraz.

Foi pedido ainda a quebra de sigilo do bancário Hugo Borges, suspeito de ser um dos principais operadores financeiros do esquema de corrupção. Na lista consta também o nome de José Ricardo da Silva, ex-conselheiro do Carf, do sócio-fundador da empresa Eduardo Souza Ramos, dos empresários Silvio Guatura Romão e Ezequiel Antônio Cavallari e do advogado Ricardo Rett.

Desde maio, a CPI apura como ocorria o pagamento de propina a integrantes do Carf. De acordo com as investigações, a suspeita é de que a empresa da MMC Automotores do Brasil, tenha reduzido o débito com a Receita Federal de R$ 266 milhões para menos de R$ 1 milhão em julgamento no Carf.

Outras empresas, escritórios de advocacia, além de conselheiros ligados ao Carf também participaram do esquema de corrupção. Todos são investigados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da Operação Zelotes deflagrada em março.

A CPI vai pedir à Receita Federal a relação das empresas com que esses investigados têm ou tiveram participação em sociedade. Existe suspeitas de que conselheiros do Carf teriam recebido propinas de consultorias que atuavam como intermediárias do esquema fraudulento.

A quebra de sigilo fiscal e bancário também foi aprovada para as consultorias Planeja Assessoria e da Alfa Atenas Assessoria Empresarial que prestaram assistência à Mitsubishi em processos dentro do Carf .

Consultada pela Agência PT de Notícias, a empresa Mistsubishi no Brasil disse que, por enquanto, não vai se pronunciar.

Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias

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