Dalecio Feliciano: O Resgate é Preciso
Precisamos de uma nova estratégia política, não só para anos eleitorais, mas também, para a luta diária ao lado da classe trabalhadora e do povo.
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O Partido dos Trabalhadores chegou a um momento decisivo: ou renova sua estratégia ou cai no ostracismo e o partido morre politicamente.
Vale analisar o caso de São Bernardo, berço da legenda no País. No PED (Processo de Eleição Direta) de 2013, a candidata a presidenta ao diretório municipal do PT, Juliana Rocha, já alertava: partido é partido, governo é governo.
Com a eleição de Wanderley Salatiel (hoje no PCdoB), como presidente do PT de São Bernardo em 2007, o que mais se ouvia da militância era que o partido havia “voltado a ser dos/as militantes”.
Pude testemunhar, nos dois mandatos do companheiro Salatiel, que de fato o partido voltou a ser de sua base, com o fortalecimento dos núcleos do PT, com a valorização dos/as militantes em seus bairros, com eleições do conselho gestor de saúde, eleições nas associações de bairro, entre outras ações. O/A militante teve o partido ao seu lado em suas lutas no bairro e na sua região.
Democraticamente, todas as forças que compõe nosso partido tiveram seus espaços garantidos para fazer qualquer tipo de discussão e debate. Também tiveram seus espaços nas secretarias, na executiva, nos diretórios e nos setoriais. E, dessa forma, o partido ia caminhando com a cara de sua militância.
De 2013 até os dias de hoje vemos que o retrocesso da ausência de debates internos no PT refletiu em seus/suas militantes. O partido, há muito tempo, não faz nenhuma reunião com sua militância, o que deixa a base sem um norte e, novamente, sem espaço para poder dizer o que pensa.
Nosso partido precisa voltar a valorizar sua militância. Precisamos reorganizar os núcleos de base e torná-los espaços de decisões do partido. Precisamos de uma nova estratégia política, não só para anos eleitorais, mas também, para a luta diária ao lado da classe trabalhadora e do povo.
O PT precisa se reaproximar dos movimentos sociais e não apenas recorrer a eles em períodos eleitorais. Nosso partido precisa dialogar e dar espaço a todas as forças que compõe nossa vida partidária. Precisamos estar ao lado das nossas lideranças que, há muito tempo, vem lutando isoladas e sem apoio, protagonizando grandes embates. E, principalmente, o PT precisa dar ânimo aos/às seus/suas militantes e ao povo que confia no trabalho do partido, para que voltem a ter orgulho de vestir a camisa vermelha com a estrela no peito.
Por isso convido cada militante do PT de São Bernardo, e do País, para que reflitam e se perguntem: que partido queremos?
Viva o partido dos trabalhadores/as!!!!!!!
Viva a militância do PT!!!!!!!!!
Por Dalecio Felicino, filiado ao PT desde 2004 e militante no PT de São Bernardo do Campo, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.
ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores