Dallagnol se reuniu secretamente com bancos réus em ação da Petrobras
Os bancos são parte da ação por terem dado aval a condutas da Petrobras que foram questionadas pelos acionistas, mas pelas quais só a estatal pagou
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O procurador Deltan Dallagnol reuniu-se com bancos que são réus em processo movido por acionistas dos Estados Unidos contra a Petrobras. Há pouco mais de dois meses, o The Intercept Brasil havia publicado conversas via aplicativo Telegram revelando que algumas instituições financeiras que entraram na oferta de ações da BR Distribuidora ou coordenaram a operação na Bovespa, em julho, também podiam ter estado com o procurador do Ministério Público Federal responsável pela Operação Lava Jato em Curitiba.
Agora, a hipótese de conflito de interesses se agrava. Segundo informa o site Consultor Jurídico (Conjur), o encontro secreto ocorrido entre Dallagnol e os bancos, patrocinado pela XP Investimentos, colocou-o à mesma mesa em que estavam partes possivelmente com interesses no processo – no qual a Petrobras acordo desembolsar US$ 3 bilhões para quitar a reclamação.
A lista informada por uma consultora da XP traz, segundo o Conjur: JP Morgan; Morgan Stanley; Barclays; Nomura; Goldman Sachs; Merrill Lynch; Cresit Suisse; Deutsche Bank; Citibank; BNP Paribas; Natixis; Societe Generale; Standard Chartered; State Street Macquarie; Capital; UBS; Toronto Dominion Bank; Royal Bank of Scotland; Itaú; Bradesco; Verde e Santander, conforme o Intercept.
O portal especializado em assuntos de Justiça acrescente ainda que os bancos réus na ação coletiva contra a Petrobras nos Estado Unidos seria: BB Seguradora; Citigroup; J.P. Morgan; Itaú BBA USA Securities; Morgan Stanley; HSBC Securities; Mitsubishi UFJ Securities;, Merrill Lynch; Pierce, Fenner & Smith; Standard Chartered Bank; Bank of China (Hong Kong); Bradesco BBI; Banca IMI S.p.A. and Scotia Capital (USA); e PricewaterhouseCoopers (“PwC Brazil”). Os nomes em destaque são os das instituições financeiras que estão na lista de convidados do encontro com Dallagnol e que são arroladas como rés.
Os bancos são parte da ação por terem dado aval a condutas da Petrobras que foram questionadas pelos acionistas, mas pelas quais só a Petrobras pagou. Os bancos citados não entraram na vaquinha da indenização negociada. Deltan Dallagnol alegou que não houve conflito de interesse, porque o encontro secreto com os bancos na capital paulista não teria discutido discutiu a ação que corria nos Estados Unidos – tratou apenas de “pauta anticorrupção”