De olho nas eleições, Dallagnol pediu pressa para investigar Jaques Wagner

Segundo Folha de S. Paulo, procurador pediu, às vésperas do segundo turno, para que colegas acelerassem ações contra o recém eleito senador “por questão simbólica”

Fernando Frazão/Agência Brasil

Deltan Dellagnol

Acuado e com cada vez menos argumentos para rebater as denúncias sobre sua atuação política, o procurador Deltan Dallagol volta a ser o protagonista do escândalo das conversas privadas obtidas e reveladas pelo site The Intercept Brasil desde o inicio de junho. Num dos trechos, publicados neste sábado (29) pela Folha de S. Paulo, o chefe da força-tarefa pede para que os colegas acelerem ações contra o hoje senador Jaques Wagner (PT-BA).

A obsessão de Deltan para tentar incriminar o petista, que tinha acabado de se eleger ao Congresso pela Bahia e tomaria posse em fevereiro, era necessária “por questão simbólica” – as conversas ocorreram em 24 de outubro, poucos dias antes da realização do segundo turno da disputa presidencial entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Vale lembrar ainda que Wagner era naquele momento o coordenador político da campanha do candidato ao Palácio do Planalto do PT.

Em uma das conversas publicadas pelo jornal Deltan pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca… Temos alguma chance?”.Um procurador identificado como Athayde (provavelmente Athayde Ribeiro Costa) responde: “As primeiras quebras em face dele não foram deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir reconsideração”.

Em outro trecho, mesmo com o alerta dos interlocutores de que seria difícil realizar outra “busca e apreensão” contra o senador, Deltan insiste: “Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”, escreve Deltan. Athayde diz que “isso não impactará o foro”. Deltan responde: “Não impactará, mas só podemos fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes [da posse]”.

Em nota, a ex-presidenta Dilma Rousseff reiterou que “o Judiciário não pode ser usado para perseguir adversários políticos, escolhidos como alvo fácil ao bel-prazer por agentes do Estado”. Segundo a petista, também vítima implacável de perseguição política, a imparcialidade da Justiça é princípio básico do Estado Democrático de Direito o qual fundamenta que “todos somos iguais perante a lei”.

Veja outras reações sobre a denúncia: 

Da Redação da Agência PT de Notícias com informações da Folha de S. Paulo

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast