Defender a Petrobras, reconstruir o Brasil e apoiar Lula, define FUP
Coordenador da entidade faz a convocação na abertura da 10ª Plenária da entidade. Gleisi Hoffmann defende volta da política ao centro do debate nacional. Evento segue até sábado
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Se “Basta de retrocesso: Pela reconstrução do Brasil” é o tema da 10ª Plenária Nacional da Federação Única dos Petroleiros (FUP), “Eleger Lula é a prioridade máxima dos petroleiros e petroleiras” é a palavra de ordem lançada pelo coordenador da entidade, Deyvid Bacelar, durante a abertura do evento, nesta quinta-feira (12).
“Esperamos nesta Plenafup aprovar o apoio às candidaturas de Lula e dos nossos companheiros e companheiras para que possam ter nos parlamentos deputadas e deputados comprometidos com a pauta da energia e a defesa intransigente da Petrobrás”, afirmou Deyvid ao final da videoconferência com lideranças sindicais.
Os dirigentes das entidades corroboraram a urgência da eleição de Lula e de parlamentares do campo da esquerda para alterar os rumos do país. “Essas eleições vão ser definidas nas ruas e nas redes sociais”, previu o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre. “Outra tarefa urgente é construir os comitês de luta em defesa da democracia e da vida”, destacou.
Algumas horas depois, o líder da FUP foi às redes sociais anunciar que Jair Bolsonaro verá “a maior greve da história da categoria” caso avance a intenção de privatizar a Petrobras. O tema foi levantado pelo novo titular do Ministério de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, em sua primeira coletiva, na noite de quarta-feira (11).
“Vale lembrar ao Bolsonaro, ao novo ministro e ao novo presidente da Petrobras que a categoria petroleira aprovou estado de greve no final de 2021, caso o governo ouse pautar no Congresso Nacional a privatização”, afirmou Bacelar em postagem no Twitter.
Gleisi Hoffmann: Juntos pelo Brasil
Na primeira mesa temática da plenária, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), ressaltou a centralidade da FUP ao denunciar desde 2016 a nefasta política de preços dos combustíveis implementada após o golpe. “O debate que vocês estão fazendo em relação ao desenvolvimento do Brasil e à política de preços da Petrobrás tem sido de fundamental importância”, afirmou Gleisi.
“Nós estamos a cinco meses da eleição e é neste processo eleitoral que vamos ter que derrotar o atraso, a extrema direita, o fascismo. É por esta razão que nós lançamos o movimento ‘Juntos pelo brasil’. É um chamado a todas as forças progressistas e democráticas para que a gente possa ter novamente a política como centro do debate”, finalizou a deputada.
Jean Paul Prates: “Guedes é um day trader”
Na mesa da manhã desta sexta-feira (13), o ex-presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli disse que a exoneração de Bento Albuquerque é outra manobra diversionista de Bolsonaro para se eximir da culpa pelos preços abusivos dos combustíveis. “Bolsonaro colocou na mesa a privatização da Petrobrás como um bode na sala, pois ele sabe que é impossível passar isso até o final do ano. Ele criou uma cortina de fumaça para abafar os aumentos dos combustíveis”, apontou.
O líder da minoria no Senado Federal, Jean Paul Prates (PT-RN), comentou que na Casa “ninguém dá bola para a privatização da Petrobrás”. “Isso é um factóide útil para o Bolsonaro, para ajudar na campanha junto aos maluquinhos de sempre e ao mercado”, comentou Prates, lembrando, no entanto, que já é palpável o cenário de uma Petrobras privatizada. “Ela já atua como empresa privatizada, tanto é que o Bolsonaro fala que não tem como alterar o preço”, completou.
“Paulo Guedes é um day trader. O negócio dele é notícia boa todos os dias”, comentou Prates. “De vez em quando dá notícia ruim para baixar o preço das ações e eles venderem para poderem comprar de novo e jogar pra cima de novo. Esse é o jogo”, aponta o senador, criticando a financeirização promovida pelas gestões da Petrobrás.
Modalidade de compra ou venda de ações no mesmo dia, ou no mesmo pregão, o chamado day trade é a maneira preferencial dos especuladores para ganhar dinheiro com ações de forma rápida, com grandes lucros, mas também riscos. O oposto do perfil de investidor que uma empresa do porte e da importância da Petrobrás deveria priorizar, diz Prates.
“Se nós queremos que investidores estruturais, que acreditam numa empresa para um longo prazo, nos ajudem a capitalizar a empresa, como nosso próprio governo fez, é preciso adotar um pensamento de longo prazo, estratégico”, prosseguiu o senador. “Esse tipo de acionista não especulativo não pode jogar no cassino do day trader, ele tem que basear o seu investimento em empresas sólidas.”
Conforme Prates, subordinada a um “governo day trader”, a Petrobrás faz o contrário, com uma má gestão. “A empresa se ensimesmou. Além de diminuir geográfica e operacionalmente, se concentrou em só uma coisa. Só o especulador gosta disso, e apenas por causa do dividendo”, concluiu o líder da minoria no Senado.
Da Redação, com informações de Imprensa FUP