Defensora dos quilombolas, Ialorixá Mãe Bernadete é assassinada na Bahia

Crime choca pela crueldade e escancara racismo religioso e sanha por terras quilombolas. Governo da Bahia e governo Lula estão comprometidos com o apoio aos familiares e a busca por justiça

Divulgação / Redes

Bernadete Pacífico era liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho (BA)

Mais uma mulher negra defensora de causas sociais foi assassinada covardemente. Na noite da última quinta-feira (17), Bernadete Pacífico, liderança do Quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho (BA), Região Metropolitana de Salvador, foi morta a tiros. 

Mãe Bernadete, como as pessoa próximas a chamavam, era uma árdua defensora dos direitos das comunidades quilombolas, além de ser Ialorixá, da religião do candomblé, e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq). Foi, também, secretária estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou pelo Twitter estar comprometido “com as investigações e apoio aos familiares de Mãe Bernadete”.

Conforme noticiado pelo portal G1 foram mobilizados nas investigações os departamentos de Polícia Metropolitana (Depom); de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP); Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc); de Inteligência Policial (DIP ) e Coordenação de Conflitos Fundiários (CCF).

O PT soltou uma nota pública lamentando a morte e exigindo justiça. A secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, afirmou que o crime é estarrecedor e choca pela crueldade.

“A perda da Ialorixá Bernadete Pacífico é mais um crime contra uma mulher negra que era liderança em sua comunidade. A Secretaria Nacional de Mulheres do PT presta toda a solidariedade à família, amigos e comunidade da região. Não podemos permitir que a sanha por terras quilombolas e indígenas coloque em risco a vida de mulheres e homens que lutam pelo seu direito. Não podemos permitir que a violência contra os corpos negros continue sendo parte de nosso cotidiano”, afirmou Moura.

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania informou por meio de nota que “o ministro Silvio Almeida determinou o envio das equipes do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania para Simões Filho, na Bahia, para que todas as providências necessárias sejam tomadas.”

Também por meio de nota, o Ministério das Mulheres afirmou que “Mãe Bernadete foi vítima de racismo religioso, racismo ambiental e de violência política de gênero, que atinge lideranças em espaços de poder e decisão”.

Ainda segundo o portal G1, no mês passado, em atividade com a então presidenta do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, Mãe Bernadete denunciou a violência contra quilombolas, que havia vitimado um filho da Ialorixá. 

“Para a senhora ter uma ideia, até hoje não sei o resultado do assassinato de meu filho. Abalou todo mundo. Foi no mesmo período em que aconteceu a morte de Marielle (Franco). Inclusive, eu fui em diversos encontros com a mãe de Marielle. É injusto. Recentemente perdi outro amigo e uma amiga em um quilombo. É o que nós recebemos: ameaças, principalmente de fazendeiros, de pessoas da região”, disse.

Da Redação do Elas por Elas , com informações do Portal G1, Ministérios das Mulheres e Direitos Humanos e Cidadania 

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