Dia do servidor: dia de dizer não à PEC 32 e defender o Estado e a população
PEC 32 ataca servidores para desmontar o Estado brasileiro e entregar ainda mais riquezas aos ricos, denuncia Gleisi. “Só um Estado forte é capaz de acabar com a miséria deste país”, ressalta Lula
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A importância dos servidores públicos para o Brasil nunca foi tão evidente quanto nos últimos 20 meses. Desde que o novo coronavírus chegou ao país, em março de 2020, foram servidores públicos que assumiram a linha de frente do combate à pandemia e, colocando em risco a própria vida, socorreram os doentes nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, foram servidores públicos que desenvolveram, em parceria com cientistas de outros cantos do mundo, algumas das vacinas que outros servidores públicos aplicam hoje nos braços das brasileiras e dos brasileiros. Também foram servidores públicos que se desdobraram para manter crianças e adolescentes aprendendo, fizeram chegar aos mais carentes algum tipo de ajuda, lutaram para manter a segurança nas ruas.
Mesmo assim, os servidores públicos nunca foram tão atacados. Enquanto estes suavam para que a tragédia não fosse ainda maior, Jair Bolsonaro e seus cúmplices tramavam contra eles. Como esquecer o fato de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, ainda no segundo mês da pandemia, chamou a suspensão do reajuste para servidores por dois anos de “granada no bolso do inimigo”? Outros ataques viriam. Cortes de verbas para o SUS, reajuste zero no piso salarial dos professores, inviabilização de projetos de pesquisa… A lista é imensa.
Agora, o ataque que o atual governo tenta realizar tem o nome de PEC 32, a Proposta de Emenda à Constituição que, com a desculpa de “gerar economia” e “modernizar o Estado”, sabota de forma criminosa os serviços tão fundamentais à imensa parte da população brasileira que não tem milhões guardados em paraísos fiscais como o granadeiro Paulo Guedes. Se aprovada, essa PEC mudará as regras de contratação e de gestão das carreiras, abrindo caminho para que os serviços sejam desmontados e entregues nas mãos da iniciativa privada, dando aos endinheirados mais um naco das riquezas do país e, aos profissionais que tanto se dedicaram ao país nos últimos meses, menos direitos e piores condições de trabalho.
Luta necessária
Por isso, neste ano, o Dia do Servidor Público, celebrado nesta quinta-feira (28), se tornou essencialmente um dia de luta contra a PEC 32, que o governo tenta aprovar no Congresso. Como disse a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), no ato “Cancela PEC 32”, em frente ao Anexo II da Câmara, na quarta-feira (27), essa proposta é um ataque ao Estado e à população brasileira.
“Nós temos consciência do que essa PEC significa. Ela não é uma PEC só contra os servidores públicos, só contra o serviço público, é uma PEC contra o Estado e contra a população”, discursou Gleisi, ao lado de outros membros da bancada do partido. “É a velha tese de que, para o povo, é Estado mínimo e, para o capital, é Estado máximo. Porque quando dá problema no sistema financeiro, a quem essa gente recorre? Aos cofres do Estado nacional. Agora, para prestar serviço à nossa população, aí eles querem reduzir”’, completou (veja vídeo abaixo).
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A PEC 32 é mais um ato do golpe de 2016, que, como já denunciou a presidenta Dilma Rousseff, segue em curso, entregando os recursos nacionais aos endinheirados do país e do estrangeiro. Sua aprovação representaria, após a criminosa aprovação do Teto de Gastos, mais um forte ataque ao Estado e um duro golpe à capacidade de o Brasil se reerguer dos escombros deixados por Bolsonaro e Paulo Guedes.
Afinal, como tem ressaltado Lula (assista abaixo), é só com um Estado forte que o Brasil conseguirá retornar ao caminho da soberania e da luta contra a desigualdade social. “Somente um Estado forte é capaz de acabar com a miséria deste país, é capaz de não ter medo de fazer casa popular subsidiada para o povo que está desempregado e para o povo que ganha pouco. Eu quero um Estado capaz de manter o SUS e melhorar o SUS. (…) Eu não quero um Estado empresarial, quero um Estado com força para que ele seja o indutor do desenvolvimento”, diz aquele que foi o presidente que mais fortaleceu o serviço público.
Da Redação, com PT na Câmara