Diego Souza: PT – Lições Aprendidas x Resgate da Essência
Não é justo que a esquerda brasileira leve consigo toda a culpa das mazelas que atormentam nosso país há mais de 500 anos
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Quando me filiei ao PT, recém-saído da adolescência, assisti palestras de formação política, ética e cidadania e outras. Recebi também, um manual com o estatuto do partido, uma estrelinha do PT (que fora disputada pelos meus amigos) e uma carteirinha, mesmo já vencida, que guardo comigo até hoje. Essa carteirinha, tinha a seguinte frase: “Orgulho de ser PT”!
O tempo passou e os cargos majoritários administrados pelo partido deixaram de ser um sonho, uma promessa, para se tornar uma realidade. E acompanhei, com muita tristeza, o que aconteceu com a Presidenta Dilma, como se eu estivesse ali, em Brasília, fazendo parte da equipe de Governo.
Sou analista de sistemas e, em meu trabalho, sempre que um projeto termina, fazemos uma reunião de lições aprendidas, com todos os envolvidos no projeto, onde avaliamos o previsto x realizado, os custos, os prazos, os acertos, os desacertos, os problemas e propomos soluções para que os problemas identificados não voltem a ocorrer. Sempre que vejo uma matéria no jornal, com alguma notícia negativa, paro e penso, o que fazer para recuperar este status da carteirinha, o andar nas ruas e avenidas com a estrelinha sem ser questionado, sem ser agredido?
Não é justo que a esquerda brasileira leve consigo toda a culpa das mazelas que atormentam nosso país há mais de 500 anos! Observando os últimos acontecimentos, pensando nas lições aprendidas pelo partido, é imperativo que a bancada do PT no Congresso volte às origens, sendo combativa, propondo bons projetos, marcando posição em assuntos importantes.
Vejo uma bancada desanimada, opaca, fato esse que gera conteúdo para os críticos na imprensa frequentemente anunciar debandada geral no partido ou dizer falácias, que o PT apoia esta ou aquela corrente ideológica de direita contrária, até em nossos estatutos, sem que isso tenha saído da boca de qualquer um de nossos Deputados e Senadores.
A postura combativa de nossa base não pode ficar restrita apenas às redes sociais. Devemos transformar a crise em oportunidade, onde cada político, que tenha um cargo eletivo, deve ter em mente que ele precisa ser o funcionário público número um, que deve ser o primeiro a chegar e o último a ir embora, sem deslizes, mas ao mesmo tempo, demonstrando para a população que o trabalho está sendo realizado, com qualidade, em prol do bem comum.
Apenas dessa forma, com boas notícias, com bons exemplos, é que conseguiremos retirar essa mancha, essa nuvem pesada em cima da cabeça das pessoas, devolvendo ao brasileiro a esperança de que é possível sim uma aliança do trabalhador com o capital, porque juntos, todos nós ganhamos.
Mas separados, todos perdem, que é o está ocorrendo hoje, com esse ilegítimo que usurpador que está momentaneamente no cargo. Eu poderia citar aqui inúmeras outras lições aprendidas, como no trato com a imprensa, ou com o judiciário, com fornecedores. Todavia, acho fundamental primeiro, olharmos de dentro para fora, afinal de contas, não existe crescimento sem estrutura.
Por Diego Souza, filiado ao PT em Minas Gerais, Analista de Sistemas, Pós-Graduado em Gestão de Negócios, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.
ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores