Dilma aposta em crescimento sustentável e pede que ricos não inviabilizem agricultura

Presidenta diz que medidas estruturantes vão garantir retomada da economia brasileira

A presidenta Dilma Rousseff manifestou, durante participação na cúpula do G20 em Antália, na Turquia, realizada entre domingo e esta segunda-feira (16), sua preocupação em restabelecer o crescimento sustentável no Brasil com medidas de ajuste fiscal e estruturantes.

A chefe de Estado brasileira alertou os países ricos para não incorrerem no erro de compensar a queda internacional no preço das commodities com aumento de subsídios na agricultura de seus países, sob risco de inviabilizarem a produção dos pequenos agricultores nas nações mais pobres.

A presidenta alegou que a maior parcela da produção de alimentos nos países em desenvolvimento e emergentes saem dos pequenos produtores e, por isso, deve ser resguardada.

Dilma também falou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fica no governo, embora respeite a opinião do ex-presidente Lula ao propor sua substituição.

Presente ao encontro, Levy reiterou sua confiança no ajuste fiscal e afirmou que as medidas para o Brasil voltar a crescer estão em andamento.

“Estamos preparando o Brasil que a gente quer”, afirmou aos jornalistas, ao fim do primeiro dia de trabalhos, sempre destacando seu otimismo com uma resposta rápida do mercado às medidas estruturantes.

“Eu acho que a gente tem que ter otimismo. A gente tem um trabalho difícil para fazer. O segredo é ter paciência, não tem formula mágica”, observou Levy.

O ministro manifestou sua confiança no Congresso Nacional em manter os vetos da presidenta Dilma sobre medidas econômicas pendentes. Os vetos são indispensáveis ao restabelecimento do equilíbrio fiscal das contas públicas, como no caso do reajuste salarial do Judiciário.

“Vai ser uma manifestação muito concreta de que o Congresso não pode dar um aumento de 70% para funcionário público neste momento”, opinou.

Experiência brasileira – Entre os principais temas abordados por Dilma no encontro das 20 maiores lideranças mundiais estão a grande expansão que a produção agrícola teve graças a uma política específica de financiamento e de compras públicas para os agricultores familiares.

Essa ampliação permitiu também não só mais alimentos, como melhoria na renda da população rural brasileira. Dilma mencionou o sucesso dos programas Bolsa Família e Brasil Sem Miséria, que asseguram o acesso da população mais pobre à alimentação adequada.

“Com esses programas, tiramos o Brasil do Mapa da Fome da FAO e ajudamos 36 milhões a sair da pobreza extrema”, lembrou.

Dilma também manifestou sua intenção de reduzir o desemprego entre os jovens investindo em treinamento. “Em 2015, criamos 906 mil  vagas no ensino superior e mais de 1 milhão de vagas no ensino técnico”, dimensionou a presidenta.

“Estamos adotando meta coletiva de redução de desemprego entre os jovens”, anunciou, citando ainda o Programa Proteção ao Emprego, para garantir a manutenção de postos de trabalho especialmente em segmentos de emprego intensivo.

“No período 2015-2018, vamos investir cerca de R$ 400 bilhões em logística (aeroportos, portos, rodovias e ferrovias)”. Segundo ela, a participação do setor privado em projetos de infraestrutura era de 1,1% do PIB, mas deve se elevar a 1,8% em 2018.

“Investimento em infraestrutura é fundamental e vamos atrair o capital privado para buscar maior eficiência dos recursos privados”.

Nesta segunda, Dilma ainda teve tempo de manter encontros bilaterais com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias

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