“Diretas Já para resgatar a democracia”, defende Gleisi
Ao lado de Lindbergh Farias e Carlos Zarattini, a senadora e presidenta nacional do PT respondeu ao vivo a perguntas enviadas pelas redes sociais
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A luta pela antecipação das eleições diretas para a Presidência da República foi o principal tema do bate-papo entre a presidenta do Partido dos Trabalhadores, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e os líderes do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), e do PT no Senado, Lindbergh Farias (PT-RJ).
Os parlamentares responderam a perguntas enviadas pelas redes sociais em um encontro transmitido ao vivo pelo Facebook do Partido dos Trabalhadores.
Para os petistas, apenas as eleições diretas têm a legitimidade para tirar o Brasil da crise.“Estamos insistindo que a saída sejam as eleições diretas para resgatar a democracia e parar as reformas contra o povo brasileiro”, afirmou Gleisi.
“A bandeira das eleições diretas, para além da defesa da democracia e da soberania popular, é também a única forma de barrar as reformas. Se não tiver alguém na Presidência com apoio popular, essa turma aqui no Congresso vai tratorar”, prosseguiu.
“Só há um caminho para restabelecer a democracia, que são as eleições diretas”, completou Lindbergh.
Zarattini acrescentou que a campanha das Diretas Já serve como bandeira de mobilização “para colocar o povo de novo no centro da luta política”.
A senadora ressaltou que ainda é possível reverter os estragos do golpe, “se por eleições diretas tivermos um governo legítimo, popular e progressista, Mas quanto mais tempo eles ficarem aí, mais difícil vai ser revogar”.
Lindbergh lembrou que os golpistas estão tentando uma alternativa, caso o usurpador Michel Temer saia da Presidência, que é colocar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Precisamos fazer campanha das diretas, porque Rodrigo Maia não tem legitimidade também. Ele participou do golpe. Colocar Rodrigo Maia é golpe do mesmo jeito”, declarou o senador. “A solução Rodrigo Maia é tão ruim quanto eleições por colégio eleitoral”, completou Gleisi.
Além das Diretas Já, outros assuntos abordados foram as mobilizações nas ruas e no parlamento para barrar as reformas previdenciária e trabalhista, a anulação do impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff e a crise política que se arrasta com a manutenção do ilegítimo Michel Temer na presidência.
Para a senadora, o País vive uma situação em que a política influencia o Judiciário e o Poder Judiciário influencia a política.
“Em relação a Temer ainda não ter caído, creio que há um grande interesse político para que ele continue. O resultado do TSE foi surpreendente. E tenham certeza, se fosse contra a Dilma, o resultado seria outro”, garantiu.
Gleisi ainda destacou que o processo de impeachment está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para anulação do impeachment. “Nós defendemos que o Supremo julgue a ação, o que ainda não fez.”
Segundo Lindbergh, pedir anulação do golpe no STF não enfraquece a campanha das Diretas Já. “Estamos trabalhando em várias frentes para resgatar a democracia. Acho que não é contraditório pedir ‘Anula STF’ e pedir ‘Diretas Já’. O STF precisa ser pressionado a julgar e anular o processo.”
Rumos do Partido dos Trabalhadores
Os rumos do Partido dos Trabalhadores, após a realização do seu 6º Congresso no começo de junho, também foi tema de perguntas enviadas pelo público.
A nova presidenta do partido respondeu que o PT tem grande responsabilidade com o povo brasileiro e com o Brasil.
“Isso fica evidenciado nas pesquisas, que dizem que o PT é o partido que as pessoas têm como referência. E Lula é o candidato que aparece como preferência espontânea da população.”
Por isso, para Gleisi, o PT precisa ser radical na defesa da democracia, na defesa dos direitos dos trabalhadores e na exigência de eleições diretas.
“E estar nas ruas junto com o povo, porque o parlamento é um caminho, mas temos que estar mobilizados nas ruas de todo País.”
A senadora ressaltou que, para fortalecer o PT, é preciso empoderar a militância, inclusive com formação política e foco na base.
Na opinião de Lindbergh, a nova presidenta do PT se mostra em plena sintonia com as ruas. E garantiu: “Quem aposta na divisão do PT vai quebrar a cara. O PT saiu do seu Congresso unificado em torno de uma linha programática.”
O deputado Zarattini completou que a posição de Gleisi com parlamentar e presidenta do PT lhe permite estar no palco principal da política.
“Dá ao partido a condição de acompanhar a luta política mais de perto, de atuar mais e de levar essa luta política do Congresso para todos os cantos do País”, ponderou.
Reformas contra o povo
“A reforma da Previdência, nós conseguimos dar uma parada, pela mobilização e resistência mesmo do povo nas ruas, em vários cantos do País, pressão nos deputados, em suas bases”, enfatizou o líder do PT na Câmara.
De acordo com ele, os prejuízos desta reforma são claros para a população e, por conta desta impopularidade, o governo golpista e sua base aliada tentam outras medidas para passar algumas pontos da reforma previdenciária.
Já a trabalhista, que só precisa de maioria simples porque não é uma mudança na Constituição, já está no Senado, contou Zarrattini.
“Essa reforma é mais complicada de entender, então tivemos uma dificuldade maior de construir a resistência”, afirmou o deputado.
Porém, com a possível denúncia da Procuradoria Geral da República contra Michel Temer, o Congresso Nacional não pode seguir as votações das reformas, defendeu o senador Lindbergh.
“Se pressionar mais, conseguimos reverter. O golpe está completamente desmoralizado. Nossa luta está fazendo essa virada. Não é a toa que Lula aparece com 40% dos votos espontâneos. Estamos virando o jogo na sociedade”, declarou o senador.
Assista à íntegra da transmissão.
Face to Face com Gleisi, Lindbergh e Zarattini
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e os líderes do PT no Senado, Lindbergh Farias, e do PT na Câmara, Carlos Zarattini, respondem agora às suas dúvidas e observações. Envie suas perguntas nos comentários!
Publicado por Partido dos Trabalhadores em Segunda, 12 de junho de 2017
Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias