Donizeti Nogueira: “Não ganham no voto e querem ganhar no golpe”

Senador do Tocantins alertou que a presidenta Dilma não está sendo afastada pelos seus erros, mas pelo seu projeto desenvolvimentista para o país

Marcos Oliveira/Agência Senado

Ao iniciar seu discurso na sessão de votação do impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado, na madrugada desta quinta (12), o senador Donizeti Nogueira (PT-TO) afirmou que é um apaixonado pela democracia porque, fora da democracia e da política, só há barbárie.

Nogueira observou que o afastamento da presidenta Dilma, culminando no que ele chamou de “golpe frio”, ou seja, por via parlamentar, é o ápice de uma conspiração engendrada por Michel Temer, auxiliado por alguns ex-ministros do governo dela e pelos derrotados da eleição de 2014.

“Esse golpe, no seu conteúdo, tem uma semelhança com outros momentos da nossa História, que dão origem à sanha golpista atual, cujo desejo é sempre o mesmo: combate à corrupção, crise econômica, governos populares democráticos ou de esquerda. É esse o combate que se faz para se praticar os golpes no Brasil. Foi assim com Getúlio Vargas, foi assim a tentativa com Juscelino, foi assim com João Goulart”, lembrou o senador do Tocantins.

Para Nogueira, o golpe tem também o carimbo das grandes corporações midiáticas e de boa parte do empresariado nacional, representado pela Fiesp e pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). O senador avaliou que o relatório do senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), relator do impeachment, não tem substância jurídica, pois parte de premissas falsas.

“Sobre as pedaladas fiscais, não é verdade, não cometeu pedalada fiscal; equalização de taxa de juro é um negócio que não é empréstimo. O governo não pega dinheiro emprestado dos bancos, o governo estabelece uma política de desenvolvimento da economia, sobretudo rural, e até para a indústria. E, para isso, ele oferece juros mais baixos depois que conclui o processo em que o banco emprestou o dinheiro para o agricultor, para o industrial ou para o pecuarista. Quando ele paga o banco, aí é hora de o governo comparecer com a diferença da taxa de juro. E isso não é possível fazer diariamente, porque são milhares e milhares de contratos, tem que fazer equalização, e o banco precisa de tempo para apresentar as contas”, explicou.

Não é crime, é golpe
O senador sustentou que Dilma, nos cinco anos do seu mandato, foi a presidente da República que mais contribuiu para o desenvolvimento da agricultura e da pecuária no país, seja da grande agricultura, seja da agricultura familiar, gerando milhares de empregos na cadeia da indústria, nas máquinas, no campo, no comércio interno e nas exportações.

De acordo com Nogueira, não é verdade que as pedaladas comprometem a meta fiscal, mas que de qualquer  forma, seria uma irracionalidade deixar de fazê-las comprometendo o emprego, a garantia da continuidade da produção agrícola e pecuária, o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família. Portanto, segundo o senador, não querem afastar a presidenta Dilma pelos seus erros, mas pelo seu projeto desenvolvimentista e pelos seus acertos.

“Quem quebrou o País três vezes foi o Fernando Henrique. O PIB de 8 anos do governo Fernando Henrique foi menor do que o PIB de 1994 do Itamar. O PIB do Itamar foi US$534 bilhões; o PIB do Fernando Henrique foi US$504 bilhões. É mentira também que esse governo não recuperou as estradas, que não fez investimentos no saneamento. Quando o governo Lula assumiu, havia trezentos e poucos milhões para investimentos. Esse governo investe agora bilhões e bilhões. Nós passamos da 13ª economia para a sétima. Nós não quebramos o país. Pelo contrário, nós fizemos este país crescer, gerar oportunidades de emprego”, ressaltou.

Ao finalizar o seu discurso, Nogueira salientou que o impeachment é uma farsa montada por aqueles que não conseguem ganhar no voto e querem ganhar no golpe. “É golpe porque não existe o crime. Desde o final de 2014 que estão impitimando a presidenta Dilma. Estavam procurando o crime, não acharam o crime, mas inventaram o crime”, completou.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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