Edinho Silva: “Estamos passando a limpo uma página triste da história”

À GloboNews, presidente do PT critica propostas de redução de pena a condenados pelo 8 de janeiro e explica voto da bancada na PEC da blindagem

Reprodução/GloboNews/

“A anistia significa dizer sim a assassinos”, afirmou o presidente do PT

Em entrevista à GloboNews, nesta quarta-feira (17), o presidente do PT, Edinho Silva, classificou como inadequada qualquer tentativa de rever penas impostas aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Para ele, não há espaço político nem institucional para esse debate. “Estamos passando a limpo uma página muito triste da história brasileira, que foi uma tentativa de golpe e o planejamento de assassinatos”, afirmou.

Edinho lembrou que os criminosos chegaram a arquitetar a morte do presidente da República, do vice-presidente e do presidente do TSE. “Nesse ambiente que nós estamos vivendo, você propor revisão do Código Penal […] é evidente que o momento é muito impróprio. Ele está muito contaminado para que você debata uma matéria dessa importância.”

O dirigente foi categórico: qualquer proposta de perdão ou redução de penas significaria avalizar crimes graves. “A anistia significa nós dizermos sim a assassinos, a pessoas que planejaram assassinatos.

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A posição do PT na PEC da blindagem

A entrevista também abordou a votação da chamada PEC da blindagem. Edinho explicou que a posição majoritária do PT foi contra. A executiva nacional do partido se reuniu antes da votação, ele ouviu integrantes do governo e levou o encaminhamento à bancada, que decidiu pela rejeição da proposta.

O líder do partido, Lindbergh Farias, encaminhou voto contrário em plenário. No entanto, alguns deputados petistas votaram a favor porque já estavam envolvidos em discussões com outros partidos para assegurar a derrota da anistia no Congresso Nacional. “Nenhum parlamentar negociou por interesse pessoal. O objetivo foi manter um processo de negociação que garantisse a derrubada da anistia”, disse.

Segundo o presidente do PT, não houve fechamento de questão, o que permitiu esses votos divergentes. Ele reforçou que a posição oficial do partido não mudou: “Como que o PT se posicionou? Contra a PEC. Como que a bancada se posicionou? Contra a PEC.”

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Defesa da democracia

Edinho Silva encerrou a entrevista destacando que a luta contra a anistia não é apenas do PT, mas de todo o Congresso: “É uma responsabilidade de todos os partidos que defendem a democracia. Não podemos banalizar uma tentativa de golpe e o plano de assassinar autoridades eleitas.”

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Da Redação

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