Efeito Lula: brasileiros que veem melhora na economia são 35%, recorde do Datafolha

Pesquisa mostra também aumento expressivo, para 30%, das pessoas que relatam melhora na sua vida econômica nos últimos meses

Ricardo Stuckert

Faz o L: as boas notícias não param de chegar na economia, como a queda nos preços dos alimentos e o aumento da renda das famílias

Pesquisa Datafolha divulgada no domingo (17) pelo jornal Folha de S. Paulo mostra que 35% dos brasileiros relatam ter sentido melhora na economia. Maior da série histórica do instituto, o patamar está associado a uma série de ações adotadas pelo governo Lula, entre as quais a ampliação dos programas de distribuição de renda, sendo o principal deles o Bolsa Família, e melhora nas condições de crédito, com destaque para o Desenrola Brasil, que, já nos cinco primeiros dias, limpou o nome de mais de 2 milhões de consumidores.

“O número de brasileiros que sentiram a melhora na economia atingiu o maior número em setembro deste ano, segundo pesquisa do Datafolha. Aumento do PIB, preço dos alimentos em queda e mais empregos. Estamos trabalhando para melhorar ainda mais, com o Brasil no rumo certo. Boa segunda e boa semana para todos”, afirmou o presidente Lula, nas redes sociais.

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O levantamento do Datafolha foi feito junto a 2.016 pessoas em 139 cidades, nos dias 12 e 13 deste mês. Ele mostra que, em outubro de 2022, 34% declaravam sentir melhora na economia brasileira. Veio, então, a instabilidade e a polarização da disputa à presidência da República, e uma nova retração. Em dezembro, 26% relatavam melhora, em março, 23%. No entanto, na pesquisa de setembro, o percentual subiu para 35%.

Ao comentar os resultados da pesquisa, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), destacou, nas redes sociais, que “o governo Lula seguirá reconstruindo o país, pensando em politicas públicas para colocar o trabalhador no orçamento e garantir uma vida mais feliz e decente para os brasileiros e brasileiras”.

Avanços

No aspecto macroeconômico, o primeiro semestre foi de boas surpresas. Em dezembro de 2022, o Boletim Focus, do Banco Central, que reúne projeções dos economistas, estimava que o PIB teria expansão de 0,8% em 2023. Agora, a expectativa é que o ano termine com avanço de 2,8%.

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Algumas instituições projetam alta acima de 3%. As revisões consideram o desempenho do PIB no primeiro semestre, acima do esperado. De janeiro a março deste ano, teve alta de 1,8% ante o quarto trimestre de 2022. O resultado foi puxado pela agropecuária, que avançou 21,6%. Foi a maior alta do segmento desde o quarto trimestre de 1996. No segundo trimestre, o PIB avançou mais 0,9% em relação aos três meses anteriores. Em retrospecto, no entanto, essa recuperação mais recente – bem como sua percepção pela população – foi lenta e instável.

O número de pessoas que relatavam melhora na economia do país despencou na pandemia de Covid-19. Às vésperas do surto global, em dezembro de 2019, 28% declaravam ver avanço na economia do Brasil. Na pesquisa seguinte, em setembro de 2021, com o país sentindo o baque do isolamento social para conter o contágio e as mortes, a parcela havia caído para 11%.

Foi o segundo pior patamar da série histórica. Só perdeu para o percentual de 6% registrado em junho de 2018 – em contrapartida, 72% afirmavam que houve piora na economia. A deterioração na sensação de bem-estar econômico refletiu os efeitos da greve dos caminheiros, que parou o país em maio daquele ano e piorou a percepção em relação à gestão do presidente Michel Temer, já abalada pelo aumento do desemprego e dos preços em geral.

Melhora na economia pessoal

O Datafolha registrou também reversão e aumento expressivo no percentual de pessoas que relatam melhora na sua vida econômica nos últimos meses. Esse grupo também vinha perdendo espaço desde outubro do ano passado, quando registrou o pico de 34%. O percentual, então, caiu para 31% em dezembro, 23% em março, voltando a subir em setembro para 30%.

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Segundo a Folha de S. Paulo, os economistas têm uma lista de itens que melhoraram e podem ser sentidos diretamente pelas pessoas, provocando esse efeito. Além da ampliação dos programas de distribuição de renda e da melhora nas condições de crédito, também contribuiu para aliviar o bolso das pessoas uma inflação menor. Os preços da alimentação no domicílio, por exemplo, acumularam queda (deflação) de 0,62% nos 12 meses até agosto. Foi a primeira vez que esse subgrupo do IPCA caiu nesse período desde maio de 2018.

A resiliência do mercado de trabalho é outro fator. No trimestre móvel encerrado em julho, a taxa de desemprego ficou em 7,9%, a menor para o período desde 2014. No trimestre anterior, havia ficado em 8%.

Paradoxalmente, a pesquisa Datafolha identifica estabilidade nas expectativas em relação a esses indicadores, e projeções menos otimistas para os próximos meses.

Inflação

O cenário para inflação acompanhado pelo Datafolha estagnou. A parcela de pessoas que espera aumento no custo de vida foi de 54% em março e também em setembro.

Não variou também o percentual de pessoas que acredita que a inflação fica igual. Foram 24% nas duas pesquisas. A parcela que projeta queda também está praticamente igual – 20% em março e 19% na pesquisa mais recente.

O cenário para poder de compra, por sua vez, divide opiniões nesses seis meses. Em março, 32% dizem que vai aumentar, 33%, que vai cair, e outros 33%, que vai ficar como está. Os percentuais são praticamente os mesmos identificados na pesquisa de setembro, respectivamente de 33%, 31% e 34%.

Da Redação, com Folha de S. Paulo

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