Efeito Lula: confiança do comércio atinge 90,5 pontos, o maior desde outubro de 2022

Para o FGV IBRE, causa foi a melhora do Índice de Expectativas, que chegou a 91,6 pontos e é o maior desde outubro de 2022

Agência Brasil

Recuperação: a confiança do comércio inicia 2024 em alta

A melhoria do ambiente macroeconômico com o governo Lula refletiu no Índice de Confiança do Comércio (ICOM), que avançou 1,2 ponto em janeiro, para 90,5 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (94,9 pontos). Em médias móveis trimestrais, o índice subiu pelo segundo mês consecutivo, em 1,1 ponto, para 89,4 pontos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).

“A confiança do comércio inicia 2024 em alta, mantendo a tendência positiva sustentada pelas expectativas para os próximos meses. Apesar do resultado elevar o ICOM a nível acima do mesmo período do ano passado, a alta não é disseminada no setor, indicando que segmentos mais dependentes de crédito ainda não demonstram sinais claros de recuperação”, explica Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE.

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Segundo a especialista, embora as perspectivas sejam mais otimistas para o ano que se inicia, associadas à possível continuidade na melhora do ambiente macroeconômico, o setor ainda enfrenta desafios para a sua recuperação, devido aos elevados níveis de endividamento e às taxas de crédito ao consumidor, que impactam a retomada plena da demanda.

Esse desafio citado pela economista se refere a um dos efeitos nocivos causados pelos altos patamares da taxa básica de juros (Selic), insistentemente mantidos pelo Banco Central, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto. Tanto comerciantes quanto consumidores acabam sendo prejudicados.

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Melhora nas expectativas

Conforme o FGV IBRE, a alta em janeiro foi concentrada em dois dos seis principais segmentos do setor. O resultado positivo no mês foi influenciado pela melhora do Índice de Expectativas (IE-COM), que avançou 3,7 pontos, para 91,6 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (93,0 pontos).

Entre os quesitos que compõem o IE-COM, o indicador sobre a tendência dos negócios nos próximos seis meses foi o que apresentou maior contribuição para a alta da confiança no mês, ao avançar 5,5 pontos, para 93,0 pontos. No mesmo sentido, as perspectivas de vendas nos próximos meses avançaram em 1,9 ponto, para 90,5 pontos.

Em direção contrária, o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 1,5 ponto, para 89,9 pontos. A queda no ISA-COM foi influenciada pela piora nos indicadores que avaliam a situação atual dos negócios e o volume de demanda atual, que caíram 1,7 e 1,3 pontos, para 91,3 e 88,7 pontos, respectivamente.

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Fatores limitativos

Mensalmente, as empresas informam sobre os fatores que estão limitando a melhoria dos negócios. Em janeiro, os três fatores mais mencionados foram competição, demanda insuficiente e custo financeiro.

“Apesar de ser o segundo fator limitativo mais citado no setor, a insuficiência de demanda contínua como uma das principais queixas em cinco dos seis principais segmentos, pois mesmo diante da melhora recente em indicadores econômicos relacionados ao consumo, estes seguem em níveis elevados, impedindo um impacto expressivo”, analisa a economista do FGV IBRE.

Da Redação

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