Elisângela Araújo defende projetos para mulheres e apoio à agricultura familiar
Ao Café PT desta sexta (8), deputada federal reforçou compromisso de atuação legislativa em benefício das mulheres e do campo, e ressaltou momento de reconstrução que o Brasil vive sob Lula
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No Café PT desta sexta-feira (8), a deputada federal Elisângela Araújo (PT-BA) falou sobre temas fundamentais como o empreendedorismo feminino, leis trabalhistas voltadas para mulheres e o fortalecimento da agricultura familiar. A deputada compartilhou propostas e destacou o impacto social e econômico que podem gerar em comunidades urbanas e rurais.
A parlamentar baiana enfatizou o compromisso de sua atuação política e legislativa em benefício das mulheres e do campo, e ressaltou o momento de reconstrução que o Brasil vive sob o governo Lula.
“Eu que estou feliz, quero agradecer essa oportunidade de estar aqui para falar um pouco do nosso trabalho na Câmara Federal”. A deputada ressaltou que uma de suas maiores preocupações é garantir que as mulheres tenham autonomia econômica e destacou o projeto de lei que propõe linhas de crédito com condições especiais para mulheres empreendedoras.
Crédito para mulheres empreendedoras
Uma das principais propostas da deputada é o projeto de lei que visa facilitar o acesso ao crédito para mulheres que desejam empreender. A iniciativa nasce de uma série de experiências e observações feitas durante o tempo em que Elisângela foi secretária de Política para as Mulheres no governo da Bahia. “Esse projeto de lei tem uma importância muito significativa porque, com as mudanças no mundo do trabalho, as mulheres têm buscado alternativas para gerar renda e sustentar suas famílias,” explicou.
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A parlamentar enfatizou que as mulheres, muitas vezes, estão à frente de negócios pequenos, como salões de beleza, produções artesanais, e serviços de alimentação. “São milhares de mulheres que, por falta de apoio financeiro e capacitação, têm dificuldades para desenvolver seus negócios. Durante minha gestão na Bahia, pude ver de perto essas iniciativas e também as barreiras que elas enfrentam,” relatou.
O projeto, que já começou a tramitar na Câmara dos Deputados, pretende oferecer linhas de crédito com juros baixos, de até 2% ao ano, para facilitar a criação e o fortalecimento de negócios femininos.
A deputada frisou que a proposta prevê o crédito e capacitação para que as mulheres possam administrar seus empreendimentos de forma sustentável. “As mulheres são boas pagadoras, organizadas e comprometidas. Elas precisam de um pequeno capital de giro para comprar insumos ou pequenos equipamentos que vão permitir que seus negócios prosperem,” disse.
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Capacitação e inclusão
Além das linhas de crédito, o projeto de lei contempla ações de capacitação e informação, aspectos que a deputada considera fundamentais. “Não basta só ter o banco com o agente financiador oferecendo o crédito. As mulheres precisam saber como acessar esses recursos e como gerir seus negócios,” argumentou. Segundo a deputada, a proposta é promover um ciclo virtuoso, em que as mulheres possam se desenvolver de forma integral e com autonomia.
A parlamentar ressaltou que o projeto não se restringe às mulheres que estão começando do zero, mas também contempla as pequenas e médias empresárias que, além de sustentarem suas famílias, geram empregos para outras pessoas. “São mulheres que, com um pouco mais de apoio, conseguem ampliar seus negócios e, assim, fortalecer toda a economia local,” acrescentou.
Leis trabalhistas
Outra proposta importante discutida durante o Café PT foi o projeto de lei que visa proteger as mulheres que sofrem de condições como miomas e endometriose, que aumentam o fluxo menstrual e causam desconforto extremo.
A deputada explicou que, muitas vezes, essas mulheres enfrentam dificuldades significativas no ambiente de trabalho. “É uma questão de saúde e dignidade. A mulher que sofre com um fluxo intenso sente dores fortes, desconforto, e isso afeta diretamente sua produtividade e bem-estar,” afirmou.
A proposta prevê que as mulheres possam se ausentar do trabalho por até dois dias durante o período menstrual, com a possibilidade de compensar as horas em outro momento. “Não queremos que a mulher fique sem compromisso com o trabalho, mas que tenha condições dignas de exercer sua função. O teletrabalho pode ser uma alternativa em algumas situações,” explicou a deputada, que compartilhou sua própria experiência pessoal com a endometriose para reforçar a necessidade do projeto.
Agricultura familiar
Elisângela Araújo, que se orgulha de sua origem como agricultora familiar, falou sobre a importância do setor ao país. “Mais de 70% dos alimentos consumidos no Brasil vêm da agricultura familiar. É um setor estratégico, tanto para a economia quanto para a segurança alimentar,” destacou. A deputada entregou ao ministro Paulo Teixeira uma proposta para incluir a agricultura familiar no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Lula, com o objetivo de promover investimentos de longo prazo que possam transformar a realidade do campo.
“A agricultura familiar precisa de investimentos em educação, saúde, internet e infraestrutura,” argumentou. A parlamentar ressaltou que é impossível manter os jovens no campo sem oferecer condições adequadas de vida e oportunidades de crescimento.
“Se queremos que o campo prospere, precisamos levar tecnologia, internet de qualidade, e garantir que os agricultores tenham acesso a mercados e possam escoar sua produção,” explicou.
Educação e tecnologia
A deputada enfatizou ainda a importância de levar educação de qualidade e acesso à tecnologia para as zonas rurais. “A sucessão no campo depende de jovens que tenham acesso à educação e possam se qualificar. Precisamos atrair os jovens para o campo com condições dignas e modernas,” afirmou.
Reestruturação com o governo Lula
A conversa também destacou o momento de reconstrução que o Brasil vive com o governo Lula, após anos de desmonte de políticas públicas. Elisângela Araújo coordenou o Grupo de Trabalho Agrário durante a transição e ressaltou que o Brasil está passando por um processo profundo de reestruturação.
“Muitos programas que transformaram a vida das pessoas foram desmontados, e estamos trabalhando para reconstruí-los,” declarou.
Ela também falou sobre os programas do governo Lula como o Mais Médicos e o Farmácia Popular, que foram retomados pelo presidente trazendo alívio e esperança para milhões de brasileiros e brasileiras.
“Já começamos a ver a diferença. O Brasil estava no mapa da fome, mas agora, com a retomada das políticas sociais, isso está mudando,” comemorou a deputada.
Elisângela Araújo encerrou a entrevista com uma mensagem de esperança e determinação. “Eu sou uma mulher de fé, e acredito no potencial do nosso povo. Precisamos continuar lutando por um país mais justo e igualitário, dialogando com a sociedade e trabalhando para superar o ódio e a misoginia que ainda existem,” concluiu.
Da Redação